RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Divulgar informações sobre saúde é a melhor forma de médicos construírem a sua reputação nas redes sociais, segundo o jornalista Hiram Baroli, que há 14 anos ensina a profissionais do setor como se vender na internet.
Junto com o professor de medicina da Unicamp Leonardo Oliveira Reis e o publicitário Roberto Ferreres, Baroli reuniu algumas dessas lições no livro “Marketing Essencial para Médicos”, que será lançado na próxima quinta-feira (16) pela editora Atheneu.
“A maioria dos médicos vira empresário, pelo menos um consultório monta”, afirma o especialista, que é gerente de operações comerciais na Folha de S.Paulo. “Mas ele não sabe como começar.”
Ele contabiliza mais de 40 turmas no MBA em Gestão de Clínicas e Hospitais da FGV, onde leciona. O curso é para profissionais da saúde que querem aprender a tocar o seu negócio -área em que chegam crus, segundo Baroli.
No marketing, tema do livro, médicos esbarram ainda em um código de ética muito específico. As redes sociais, que viraram uma vitrine para quase todo tipo de profissão, podem ser uma ferramenta de divulgação também para os médicos. Mas é preciso tomar alguns cuidados.
O Conar (Conselho Nacional Autorregulamentação Publicitária), onde Baroli é conselheiro, veta em publicidades de saúde promessas de cura ou testemunhos de pessoas leigas, por exemplo.
“Os médicos erram na comunicação por falta de conhecimento”, afirma. Usar superlativos -expressões como “o mais eficiente” ou “o único capacitado” -é proibido, assim como selfies com pacientes em material promocional.
O profissional pode, por outro lado, falar que é médico, compartilhar o que estiver nas redes oficiais de hospitais e clínicas onde trabalha e dar informação. Reside no último item a principal forma de marketing dos médicos, segundo Baroli.
“Hoje, o primeiro passo de alguém que tem uma dor é procurar informações na internet”, afirma. Se o usuário esbarra no conteúdo de um médico, por exemplo, o profissional sai na frente.
Pesquisas, reportagens e dicas para prevenir doenças são alguns exemplos do que pode ser publicado. O livro ensina ainda como empacotar esse conteúdo: quais cores usar no perfil, como gravar stories -os vídeos curtos do Instagram- e como se apresentar nas diferentes redes sociais.
Novidades tecnológicas no consultório também podem ser divulgadas. Por isso, o livro tem um capítulo inteiro dedicado a transformações digitais que estão mudando as práticas médicas. Blockchain, a ferramenta famosa pela validação de transações de criptomoedas, pode ser usada no consultório, por exemplo. Relógios que medem sinais dos pacientes para futuras consultas, também.
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