Em entrevista à Sagres, a diretora de Comunicação da Associação dos Trabalhadores de Geração e Transmissão de Energia, Lara Cristina, afirmou que vê com preocupação o caminho que o Governo de Goiás está tomando em relação à venda da Celg Geração e Transmissão (Celg GT).

“É uma empresa enxuta, que distribui dividendos para os acionistas, inclusive para o próprio governo do estado que é o maior acionista da Celg Par. No ano de 2020, o nosso lucro líquido foi de R$ 165 milhões e a gente fechou o ano passado com um patrimônio líquido de 1,3 bilhão”.

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O governo de Goiás decidiu dividir o processo de privatização da Celg GT. Depois de reivindicações de investidores interessados, a gestão avaliou que a primeira venda seja realizada apenas com ativos de Transmissão, que representam aproximadamente 80% do total de itens relacionados à estatal, o que causará redução no valor inicial previsto para o negócio, até então de R$ 1,5 bilhão.

Lara contou que a Associação está atenta ao processo de privatização da empresa desde o início do processo e que com essa divisão fica evidente que a Celg GT será privatizada por um valor menor. “A gente acredita também que a melhor estratégia talvez seria usar esse lucro líquido, usar os dividendos que a empresa entrega para o Estado”.

Antes, um dos argumentos para a privatização era para a entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), já autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, agora o governo afirma que há a necessidade de amortizar um pouco da dívida negociada.

“Com certeza ao longo do tempo a Celg GT vai entregar ao estado o valor suficiente para ajudar amortizar essa dívida e o governo não vai abrir mão dessa fonte de venda além de garantir um controle maior sobre o fornecimento de energia aqui em Goiás que já enfrenta muitos problemas devido a gestão da Enel”.

Um outro ponto para que a Associação entenda que a Celg GT precisa continuar sob gestão pública, é justamente a qualidade do serviço prestado. Lara Cristina declarou que a Associação continuará acompanhando o processo, que deve também participar de audiência pública e tem como missão levar a discussão para a sociedade. “Porque devido ao contexto da pandemia, está tudo acontecendo muito rápido, a gente não está tendo tempo de discutir”.