O governador Ronaldo Caiado sancionou um projeto aprovado na Assembléia Legislativa que muda o sistema de transporte público de Goiás. Com isso, várias questões pendentes foram definidas, entre elas, como ficará a divisão da conta pelo prejuízo do transporte coletivo.

Uma conta preliminar realizada pela Agência Goiana de Regulação (AGR) aponta que a tarifa atual de R$ 4,30 não é suficiente para bancar as empresas concessionárias e que o valor necessário seria de R$ 7,26. Esse valor não será repassado ao usuário dos ônibus, e a diferença será paga pelo Governo do Estado, Prefeituras e as empresas concessionárias.

Em uma reunião que foi realizada na segunda-feira (29), na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), ficou decidido preliminarmente que 41% será bancado pelo Governo do Estado, 41% para a Prefeitura de Goiânia, 9% para Aparecida e  8% para Senador Canedo. O valor total da despesa a ser dividido seria de R$ 22 milhões, dos quais R$ 2 milhões seria a parcela para a Prefeitura de Aparecida.

O representante da Prefeitura de Aparecida na reunião na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), o Procurador Geral de Aparecida de Goiânia, Fábio Camargo, afirmou em entrevista à Sagres que o município não tinha conhecimento do valor.

“Eles apresentaram esse valor preliminar, encaminhamos para a Secretaria da Fazenda que está fazendo uma análise de orçamento, inclusive porque nossa LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e nosso orçamento foi aprovado na Câmara e não tinha essa despesa, que é dois milhões por mês, então é uma despesa muito significativa”, afirmou.

O Procurador Geral do Município também informou que pediu dados que detalham o que foi usado de parâmetro para a divisão.

“Encaminhamos alguns ofícios para a CMTC solicitando a documentação explicativa de como chegou nesse valor. Nós vamos fazer uma análise de quais foram os parâmetros que chegou a esse valor. Estamos aguardando esse documento chegar até nós, para gente começar a fazer esse diálogo, que diz respeito ao valor a ser depositado”, frisou Camargo.

Fábio Camargo afirmou ainda que o orçamento dos municípios são muito pequenos e que não é diferente em Aparecida. Disse ainda, que apesar de Aparecida poder arcar com essa despesa de dois milhões, precisaria tirar o valor de ser investido em outro lugar.

“Aparecida tem, mas tem que tirar de algum lugar. Então tem que deixar de investir em algum lugar para contribuir nesse novo funcionamento do transporte público. Só que a gente tá com o dinheiro e precisa saber corretamente se é esse valor mesmo, como chegou a esse valor, porque Aparecida é 9% e o Estado está pagando esses 40%, mas ele abarca vários outros municípios. A linha desses outros municípios de ônibus é muito menor que Aparecida. Então a gente pediu todos esses dados, para fazermos um estudo e bater o martelo de quanto é a parte que Aparecida tem que contribuir”, completou o Procurador Geral do município.

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