A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou, nesta segunda-feira (10), a produção de vacinas contra Covid-19 de forma 100% nacional. Segundo o vice-presidente de Inovação e Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, essa fabricação permite à instituição autonomia e independência, além de disponibilização de maior número de doses à população brasileira.

“Desde o início da pandemia temos visto uma competição internacional por diferentes insumos, equipamentos de proteção individual (EPIs), testes de diagnóstico, respiradores, vacinas e nós tínhamos uma capacidade de produção maior que a entrega feita. Mas estávamos limitados à quantidade de matéria-prima que recebemos. Agora, temos autonomia que nos permite melhor planejar e, se necessário, fazer entregas superiores aos que foram feitas em 2021”, afirmou.

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Em entrevista ao Sistema Sagres de Comunicação, o vice-presidente ainda há a necessidade de comprar reagentes necessários para a produção da vacina, mas são itens bem mais simples de serem adquiridos do que o princípio ativo, como o IFA.

“Nós necessitávamos do princípio ativo da vacina [anteriormente]. Esse princípio ativo que leva o vírus atenuado, não replicante, que apresenta ao nosso sistema imunológico a proteína S do coronavírus, é totalmente fabricado agora na Fiocruz. Temos hoje o controle total para produção desse vírus de forma independente e autônoma”, reforçou.

Marco Krieger ressaltou ainda que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) segue de forma adequada, mas que a dinâmica da pandemia deve ser acompanhada para que a Fiocruz disponibilize o quantitativo de doses necessárias. Segundo o vice-presidente, a capacidade de produção é muito superior ao que já foi requisitado pelo Ministério da Saúde.

“A gente tem uma capacidade, no momento, superior às encomendas que foram feitas. Até o momento, o Ministério [da Saúde] fez uma encomenda de 120 milhões de doses de vacinas a serem entregues nos primeiros seis meses, e durante o ano nós poderemos mais do que duplicar essa capacidade de entrega, se for necessário. Podemos chegar a uma produção de até 300 milhões de doses em 2023”, comenta.

Além disso, o representante da Fiocruz destacou que o Brasil poderá passar a ajudar outros países, com o envio de vacinas. “É possível até que parte dessa capacidade seja utilizada para auxiliar o esforço global da pandemia. A Fiocruz já exporta vacinas para mais de 74 países através de organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, informou.

Confira a entrevista na íntegra:

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