Entrevistado pelo jornalista Gerliézer Paulo na noite da última segunda-feira (10) no canal Futebol 62, no Youtube, Glauber Ramos, técnico do Goiás Esporte Clube, falou sobre a preparação do Verdão para a temporada 2022, quando a equipe alviverde terá no calendário o Campeonato Goiano, Copa do Brasil e o Brasileiro da Série A.

No bate-papo, o treinador respondeu perguntas sobre temas referentes ao estilo de jogo que pretende implantar, formatação de elenco, chegada de um novo técnico, como pretende utilizar o experiente Apodi e até se dá pra sonhar com uma vaga na Copa Libertadores em 2023.

Sem comentar especificamente sobre a intenção da diretoria esmeraldina em contratar um técnico estrangeiro, Glauber falou sobre o momento vivido pelos treinadores brasileiros, que as vezes são desvalorizados por estudarem futebol. Confira algumas respostas do técnico esmeraldino.

Técnicos brasileiros x estrangeiros

“É o único país onde o estudo é desvalorizado, ainda mais se tratando de futebol. O que acontece, ainda mais aqui no Brasil, é que temos um geração de vitoriosos, sem muito estudo, mas sabiam comandar muito bem suas equipes, com excelentes atletas também, o que não queria dizer que não eram bons, porém não tinham o hábito de estudar. Então tudo evoluiu e hoje a febre de trazer técnicos de fora acontece porque há 25 anos a Universidade do Porto (Portugal) ela se mobilizou a estudar futebol e formar treinadores. Com isso eles saíram ao mercado, tanto que hoje tem vários treinadores portugueses no mundo árabe, Ásia e leste europeu, e agora estão migrando para a América do Sul. A nossa moeda é forte, eles são muito organizados, algo que por um tempo deixamos a desejar. Mas agora está chegando uma geração que vem estudado futebol, competentes e organizados também. Posso falar, como estava recentemente no curso da licença PRO da CBF, existe um curso em Viçosa lá em Minas, que prepara treinadores também, ainda com a academia da CBF, estamos voltando a competir lá fora também, pois isso deixou acontecer. Acredito que o treinador que estuda futebol e que prova dentro de campo, conquista o espaço. Posso citar o André Jardine, campeão olímpico, que foi da minha turma na licença A”.

Formatação do elenco e chegada de novo técnico

“A ideia que você tem para o ano, o ideal é você formata-la desde o início, mas nós sabemos que isso é muito difícil por uma série de fatores, como o orçamento que o Goiás tem, o mercado que é muito inflacionado, qualquer atleta o empresário coloca o valor lá em cima, então devemos ter calma na hora de ir ao mercado. O que posso dizer, é que pra formatar um modelo de jogo, tem que ter definido que vai ter ao longo da temporada. Ainda existe a possibilidade de chegar um novo treinador, e sobre esse profissional, o Goiás terá de pensar na equipe que tem, na equipe que vai oferecer para esse treinador, o que ele pensa de futebol, então acho que o ideal é no início da temporada, você já ter uma formatação do modelo de jogo. Hoje o Goiás tem atletas que dão a possibilidade de formatação de dois modelos de jogos diferentes. Ainda não temos peças de reposição, mas vão chegar. No decorrer dos dias vão chegar mais atletas que vão encorpar o modelo de jogo independente do treinador”.

Valorização dos técnicos em Goiás

“Nós temos muitos profissionais aqui, com talento, que estão em busca, estudando, aprendendo, muitos na base. Vou citar o Higo (Magalhães) que esses dias estava no sub-17 e que agora fez um excelente trabalho no time profissional do Vila Nova, então nós temos muitos e devemos defender os profissionais do nosso Estado, porque os outros defendem bastante”.

Goiás ofensivo

“Como a grande força do Estado, temos que propor o jogo desde o início, pressionar o adversário. A gente quer uma equipe bem agressiva, um Goiás que quer ser protagonista em todos os jogos. Existe a possibilidade de fazer uma equipe com um modelo bem ofensivo, mas que saiba se defender e sofrer. Estamos preparando uma equipe bem disposta a ter a posse de bola e ser ofensiva. Estamos treinando pra isso, sempre fazendo trabalhos voltados pra isso”.

Apodi

“O Apodi é um jogador que pela experiência dele, consegue jogar nas duas linhas, na ofensiva e defensiva. Ele entrou contra o Guarani na extrema esquerda, quase fez gol, e contra o Brusque, entrou na linha de traz e fez gol, então se dá bem em todas. Tenho a ideia de utiliza-lo na linha de frente, ele gosta de marcar gols. O Apodi gosta de chegar na área adversária e finalizar. Acredito que ele na extrema, esquerda ou direita, vai nos ajudar muito. Já conversei com ele sobre essa possibilidade de jogar mais a frente”.

Vaga na Libertadores

“É um desejo, sou um sonhador. Se tiver oportunidade e as coisas forem encaixando. Não vejo tão longe dessa possibilidade acontecer, não”.

Contratações de “peso”

“O poder aquisitivo é diferente. O pessoal tá trabalhando firme e forte, tem nomes em vista, outros terão de aguardar porque o mercado está inflacionado. A gente precisa ter os pés no chão, não podemos contratar qualquer um. Mas acho que vão chegar uns dois “pesados” para o Goiás em breve”.