Segundo dados da plataforma criada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) que permite acompanhar medidas de enfrentamento à Covid-19, este não é o momento de permitir a flexibilização da economia no estado.

“Do ponto de vista da Saúde, o que a gente pode ver por essa plataforma, é que não é o momento de flexibilizar, não é o momento de relaxar com essas medidas, porque agora que a gente está chegando no pico de casos e óbitos, principalmente aqui para Goiás”, explica a professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG, Lívia Lara Santos, em entrevista à Sagres nesta quarta-feira (24).

Goiás tem figurado no cenário nacional com o segundo pior isolamento social, praticamente empatado com Tocantins. Com aumento da testagem em Rio Verde e nos grandes centros, o estado tem figurado com a maior taxa de contaminação nos últimos dez dias. No último sábado (20), a comparação com a semana anterior mostrou que o número de casos praticamente dobrou em território goiano.

Segundo a professora, a ferramenta é direcionada a gestores municipais e estaduais, e que auxilia na decisão de qual o melhor momento para se permitir a retomada das atividades econômicas em meio à pandemia.

“É importante que principalmente o gestor, para tomada de decisão, ele olhe nessa plataforma, que é em gráficos e tabelas, e verifique ‘será que é o momento de a gente flexibilizar, mesmo diante do número de casos e óbitos pela Covid?’. Ali ele consegue visualizar quando cada medida foi implementada, a duração dessas medidas até então”, afirma.

Em Goiás, o município com maior número de casos, desde o início da pandemia, é Goiânia. Mais de um terço das mortes ocorreu na capital goiana. Dos mais de 17 mil infectados, quase 6 mil estão na maior cidade do estado, onde grande parte do comércio, incluindo shoppings centers, foi reaberta ontem (23).

Lívia Lara Santos afirma que a plataforma permite ainda analisar o grau de rigidez das medidas anti-Covid-19 tomadas desde o início da pandemia, e não apenas em Goiás, mas também nas demais unidades da federação.

“É a gente visualizar quantos casos e óbitos por Covid-19 estavam em cada local quando quando essas medidas foram implementadas. Além desse momento epidemiológico também a gente apresenta o grau de rigidez dessas medidas, para saber se é uma medida que foi mais branda ou se foi mais rígida, e com certeza influencia nos resultados do enfrentamento à Covid-19”, esclarece.

A atualização das medidas implementadas ou flexibilizadas, assim como a rigidez das medidas e o índice de isolamento social na plataforma será realizada quinzenalmente. Os dados mostrando a evolução dos casos e óbitos por Covid-19 são atualizados diariamente.