Depois de mais de três horas de reunião, a Comissão de Conflitos Fundiários da Secretaria de Segurança Pública deu alguns encaminhamentos para que os professores da rede municipal de Educação deixem a Câmara Municipal. Ficou acertado que na manhã da próxima terça-feira (24), os manifestantes farão uma assembleia. Já no período da tarde, as quatro horas os trabalhadores deverão ter deixado a Câmara. Membros da área dos direitos humanos acompanhará a desocupação. 

Caso os servidores decidam permanecer na Câmara, o cumprimento da decisão judicial ocorrerá na quarta-feira, com uso de força policial. O presidente da Comissão, Coronel Edson Costa Araújo, destaca que tentará negociar três pontos com o prefeito de Goiânia Paulo Garcia. “Nós vamos apresentar ao prefeito um resumo de todas as demandas. São três pontos que a prefeitura pode colaborar na resolução pacífica desse assunto, que demanda de forma direta esforço financeiro,” explica.

Enquanto a desocupação não ocorre, os professores ainda passarão algumas noites no plenário da Câmara Municipal de Goiânia. O coordenador da Superintendência Estadual de Direitos Humanos, Marcos Vinícius Lemos, passou uma noite com os grevistas na Câmara para avaliar as condições em que estão no espaço. Ele destaca que é preciso que o presidente da Câmara determine que seja religada a energia elétrica e a água nos horários em que o poder legislativo não está em funcionamento. “Nós vamos cobrar da Câmara Municipal que estabeleça a água, e todos os dias vamos acompanhar para ver se foram retiradas as crianças, e garantir a melhor condição para eles até que seja feita a reintegração de posse pacífica,” aponta.

Foi acertado ainda na reunião é que crianças fossem retiradas imediatamente da Câmara. O professor Wendell Nunes avalia que apesar dos encaminhamentos, tudo depende da assembleia da próxima terça-feira. “Nós esperamos uma proposta descente, porque até agora não foi entregue nada,” aguarda.

De acordo com Wendell, caso a proposta seja realizada, ela será analisada pela categoria em uma assembleia agendada para a manhã da próxima terça-feira. No encontro será decidido o futuro do movimento.

A Prefeitura de Goiânia não mandou representante para participar desta reunião. A reportagem tentou contato com o procurador Geral do Município, Carlos de Freitas, mas não foi localizado. Já a secretária municipal de Educação, Neyde Aparecida, está em viagem.

Em nota, a Prefeitura de Goiânia informou que a desocupação da Câmara Municipal é da responsabilidade do poder judiciário e do Governo do Estado, através das forças de segurança, se dispôs a contribuir para a solução do conflito que se instalou. Conforme compromisso assumido em reunião no Ministério Público com os representantes dos grevistas, a prefeitura protocolou na manhã desta sexta-feira, ofício junto ao MP como resposta à pauta reivindicatória.