Um projeto que une cultura, inclusão e educação está movimentando Goiânia. Trata-se do Goianins, iniciativa contemplada pela Lei Aldir Blanc, que oferece oficinas artísticas gratuitas voltadas a crianças típicas e atípicas, com foco na tradição cultural goiana. O nome, uma brincadeira com os “pequeninins de Goiânia”, já revela o espírito acolhedor da proposta.
Idealizado pela arte-educadora Laura Macêdo em parceria com Tatiana Potrich, criadora do Jardim Potrich, o Goianins realiza oficinas nos dias 10 e 17 de maio para crianças entre 10 e 12 anos, incluindo vagas destinadas a crianças com transtorno do espectro autista. “Queremos falar de arte popular goiana com crianças. São elas que vão levar adiante o legado da cultura popular do nosso estado”, explica Laura.
As atividades culminarão em uma vernissage no dia 31 de maio, quando as obras produzidas pelas crianças serão expostas ao lado dos trabalhos da artista e pesquisadora de folclore goiano, Helena Vasconcelos. “Trazer a Helena para o Goianins trouxe sentido para o nosso objetivo central, que é falar de cultura popular com crianças”, destaca a educadora.
Além da exposição, há um diferencial que empolga os organizadores: os trabalhos serão reproduzidos nos muros da rua onde fica o Jardim Potrich. “A gente vai fazer uma rua cultural. Estamos com muita ansiedade para ver a reação dessas crianças ao se verem representadas nesse espaço urbano”, diz Laura, entusiasmada.
Segundo ela, o projeto visa democratizar o acesso à arte, especialmente para alunos de escolas públicas e crianças com deficiência. “Eu e a Tatiana temos um propósito muito claro: a arte não pode ser algo intocável. Ela precisa ser acessada para ter o seu poder de transformação”, afirma. Metade das vagas é reservada para estudantes da rede pública.
Laura ressalta ainda o papel da arte como ferramenta de transformação social. “Nós que somos arte-educadoras somos entusiastas do poder transformador da arte. Quando a gente mira nas crianças, principalmente nessa fase entre infância e adolescência, estamos oferecendo uma alternativa ao excesso de estímulo digital, um resgate do sentido original da arte: tocar e transformar.”
Com tema central nas cavalhadas de Pirenópolis, o Goianins também busca aproximar os pequenos das tradições locais. “Nossa logo é um boizinho das cavalhadas, o curucucu, que muitos conhecem pela imagem, mas não sabem o que significa. Mostrar para as crianças que esses símbolos fazem parte da nossa história é essencial para que elas valorizem e perpetuem essa tradição”, conta.
As inscrições para as oficinas podem ser feitas pelo Instagram do projeto, por meio de um formulário disponível no perfil. As vagas são limitadas e o prazo vai até o meio-dia do dia anterior a cada oficina. “Trabalhar com crianças, usar a arte para acessá-las, é o caminho mais claro para a transformação. E, ao mesmo tempo, é um caminho de formiguinha para que essas histórias goianas continuem sendo contadas por muitas gerações”, conclui Laura.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
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