Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Projeto musical busca inclusão com artistas PcD

A banda Sr. Souls marcou presença no programa Tom Maior de quarta-feira (28), trazendo uma performance emocionante e um bate-papo inspirador. Formada exclusivamente por três músicos com deficiência, o grupo vem conquistando espaço na cena musical com um som autoral e uma missão clara: combater o capacitismo cultural.

“Essa banda surgiu da necessidade de mostrarmos que pessoas com deficiência podem ocupar grandes palcos e mostrar que têm mérito e talento”, explicou Silvio Sols, vocalista da banda. “Todos nós temos deficiência e formamos esse projeto pra romper barreiras e mostrar nosso valor no meio cultural.”

A formação da banda tem uma história marcada por afinidades musicais e reencontros. “A minha mãe já conhecia o Silvio antes, e a gente foi se aproximando até que surgiu a ideia de tocar juntos”, contou Pedro, baterista do grupo. A admiração mútua entre os membros também teve papel essencial na criação da banda.

Durante a entrevista, Silvio trouxe à tona um conceito que ele mesmo cunhou: o capacitismo cultural. “É qualquer tipo de barreira que impeça o músico com deficiência de estar no palco, de expressar sua arte. A gente criou esse termo pra evidenciar algo que ainda é pouco discutido”, destacou. Segundo ele, mesmo nos grandes centros e festivais, ainda há pouca abertura para artistas com deficiência.

A banda também desafia classificações tradicionais dentro da música. Seu estilo, batizado por eles como MPB experimental, mistura gêneros como rock, blues, baião, valsa e até guarânia. “A gente não se prende a rótulos. O que é MPB, afinal? Música Popular Brasileira? Então a gente mistura tudo o que é popular, tudo o que faz sentido pra gente. É liberdade”, definiu Silvio. Pedro complementou: “Esse caldeirão de estilos é o que fomenta nossa identidade.”

O processo criativo da banda também é colaborativo. “Eu costumo dizer que levo o arroz com feijão e eles colocam o tempero”, brincou. “A gente dá o chão da música”, completou Pedro, referindo-se ao trabalho da “cozinha” da banda.

A conversa também abordou os desafios enfrentados por músicos com deficiência no Brasil. “A culpa não é só dos produtores culturais ou do governo. Os próprios artistas com deficiência precisam se desprender do vitimismo e buscar mostrar trabalhos de qualidade. Nós fazemos música, e música boa, pra todos”, afirmou Silvio.

Para quem quiser acompanhar a banda, a agenda de shows e mais informações estão disponíveis no Instagram oficial: @bandasrsouls.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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