A Polícia Civil de Goiás solicitou a suspensão das atividades e interdição das sedes das torcidas organizadas Força Jovem Goiás, Esquadrão Vilanovense, e Sangue Colorado. O inquérito policial foi entregue da 12ª Vara Criminal de Goiânia, e as investigações foram iniciadas em 2008, e intensificadas no início de maio deste ano, quando houve uma briga generalizada dentro e fora do estádio Serra Dourada.

O Gerente de Planejamento Operacional da Polícia Civil, Marcelo Aires Medeiros, relatou ao repórter Samuel Straioto que na prática o pedido é de extinção das torcidas. Segundo ele, este pedido está embasado no código civil em vigor que prevê a suspensão das atividades, a liquidação da personalidade jurídica e a interdição das sedes.

“Este é um pedido global, que tem um rito previsto no código civil, e a Polícia Civil está solicitando de acordo com que a Lei determina, e na prática é a extinção das torcidas organizadas na forma que elas estão funcionando hoje”, declara.

O Adjunto da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) Marco Antônio Morbeck, descreveu que parte dos crimes que ocorre dentro das torcidas organizadas acontecem por causa da conivência dos líderes.

“Temos vários vídeos na rede de internet que mostram o confronto com a Polícia, portando armas de fogo, objetos próprios para um confronto entre as torcidas. Esses vídeos podem muito bem ser evitados se realmente houvesse lideranças nestas torcidas organizadas”.

Outro ponto do pedido feito ao Judiciário foi em relação ao cumprimento do estatuto do torcedor, que atribui que as pessoas que tenham algum tipo de envolvimento em conflitos em estádios de futebol, fiquem proibidas de comparecer às praças desportivas por um ano.

O Presidente da Torcida Esquadrão Vilanovense Mário Abrão Júnior, se defende das acusações e argumenta que há dificuldades de se fazer o controle de ações dos integrantes dentro das organizadas.

“Minha vida é uma página aberta. Nunca estive envolvido com tráfico de drogas, nunca incentivei a violência. Pode investigar, e somos rígidos na medida do possível. Quando a gente sabe que algum componente da nossa torcida está envolvido em atos ilícitos, ele é expulso da torcida, mas não cabe a mim, investigar a vida da pessoa para saber se ela é traficante”, justifica.