O promotor de Justiça Fernando Krebs, da 57ª Promotoria de Goiânia, expediu recomendações ao Estado de Goiás para suspensão de todo e qualquer contrato firmado com a empresa Delta Transportes S.A., que é ligada à Delta Construções, uma das investigadas na Operação Monte Carlo. Os documentos foram encaminhados ao governador Marconi Perillo; ao secretário de Segurança Pública, João Furtado, e ao presidente da Saneago, Nilson de Souza Freire.

Nas recomendações, o promotor destaca as informações divulgadas pela imprensa de que a Delta Construções teria repassado, entre junho de 2010 e abril de 2011, R$ 39 milhões a duas empresas de “fachada” ligadas à organização criminosa que seria liderada pelo contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Fernando Krebs observa que reportagem publicada pelo jornal O Popular, em 11 de março, relata a existência, confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), de contrato com a Delta para locação de veículos. Por este serviço, informa a matéria, a empresa receberia aproximadamente R$ 3 milhões por mês – em 2010, a Delta teria recebido, ao todo, R$ 54,9 milhões.

O promotor também lembra nos documentos que o contrato firmado pelo Estado com a Delta é semelhante ao assinado em 2006 com a LM Transportes, Serviços e Comércios e que está sendo questionado pelo Ministério Público na Justiça, em ação civil pública por ato de improbidade administrativa (Procolo nº 200602707905).

Justificando a providência de recomendar a suspensão dos contratos, Fernando Krebs menciona a Convenção de Mérida, da Organização das Nações Unidas, que foi referendada pelo Congresso Brasileiro. Conforme enfatizado pelo membro do MP, a convenção tem entre suas finalidades, além de promover e fortalecer o combate à corrupção, incentivar a prevenção à corrupção, o que fundamenta o pedido para suspender os ajustes com a Delta.

Do Ministério Público de Goiás.