Marconi Perillo patina em alguns setores, como a Educação; engatou ré em outros, como a segurança pública; e acelera na política. O governador deu um nó na oposição incitando as críticas quanto aos buracos nas rodovias. Marconi sabe que reclamação contra buraco dura exatamente o tempo de o buraco existir. Tapou, acabou. Assim, mais uma vez, mandou na agenda de aliados e adversários. Como todos os xingamentos foram direcionados à situação das GOs, Marconi isolou a oposição numa área para a qual conseguiu recursos. Agora, PMDB e PT precisam de outro discurso.
Mais de metade das rodovias estaduais asfaltadas foi refeita e a meta é concluir o restante até o fim de 2014. Só que Marconi pegou a tarefa mais fácil, a de cobrir o que já está aberto, mesmo que sejam buracos. Difícil é fazer o que coube a Iris Rezende no início dos anos 1980. Na época, os financiamentos eram mais raros e dificílimo de ser tomados. As técnicas de construção eram muito mais rudimentares. O governo federal, sob comando dos generais, não destrancava os cofres para as unidades da federação. E empréstimo internacional só à custa de juros extorsivos.
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Ainda assim, Iris Rezende abriu mais de 2 mil quilômetros de rodovias. Pagou indenizações a fazendeiros. Cobriu Goiás de ponta a ponta com estradas transitáveis. Desde então, ninguém mais abriu um palmo sequer de GO. O que os governos fazem é jogar sobre o cascalho massa asfalta de 1 centímetro de espessura. Justiça seja feita, no atual governo Marconi está repavimentando com material moderno e durável. Mas não é esse o desafio.
Agora, o governo tem de investir em alargar as rodovias. O acidente com 20 vítimas num engavetamento na GO próximo a Caldas Novas acende o sinal de alerta. O número de veículos, inclusive caminhões, não é mais suportável pelos antigos caminhos de 3 metros de cada lado. A maioria nem sequer tem acostamento, até porque à época era desnecessário, dado o pequeno volume de tráfego. O momento é outro. É preciso duplicar todas as GOs, todas, principalmente as que ligam cidades turísticas e regiões produtoras. Como todos os 246 municípios goianos têm atrações turísticas e todas as regiões produzem, é necessário investir em todos os lugares. E foi exatamente o que Marconi prometeu e não está cumprindo: fazer do atual governo o melhor da vida dos goianos. E ninguém tem vida boa se ferindo em engavetamentos.