A psicologia hospitalar desempenha um papel crucial na promoção da saúde mental dos pacientes em ambientes hospitalares, oferecendo suporte emocional e ajudando na prevenção de doenças mentais. Heloisa Chiattone, coordenadora do Serviço de Psicologia Hospitalar do Hospital São Luiz, unidades Anália Franco e Morumbi, compartilhou suas experiências em um evento recente, destacando a importância dessa especialidade.
Durante o Simpósio de Comemoração dos 40 anos do Serviço de Psicologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), realizado nos dias 29 e 30 de agosto, Heloisa apresentou a rotina e o planejamento da psicologia hospitalar como essenciais para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes.
Com foco no paciente, a psicologia hospitalar, presente nos principais centros de saúde, é fundamental para a avaliação, compreensão e monitoramento dos aspectos emocionais de pacientes e seus familiares. “Nós enquanto psicólogos também somos chamados a implementar programas de qualidade, segurança e humanização”, afirmou.
Riscos emocionais
Segundo Heloisa, a atuação dos psicólogos hospitalares inclui a avaliação dos riscos emocionais e da complexidade dos casos, além da implantação de protocolos de segurança e a promoção de uma gestão eficaz de riscos.
A pandemia de covid-19 reforçou a necessidade de uma presença constante e planejada de psicólogos em hospitais, tanto públicos quanto privados. “Se o hospital ainda não tem, essa questão vai chegar com muita força”.
Heloisa alertou para a importância de rastrear e avaliar as demandas de saúde mental dos pacientes desde a admissão em unidades de urgência e internação. “Temos uma quantidade enorme de pacientes com risco de adoecimento, e quando a gente ressalta a segurança tanto deles quanto de seus cuidadores, destacamos a necessidade da elaboração de um protocolo específico”, afirmou a psicóloga.
Gerenciamento de protocolos
Além disso, Heloisa destacou a relevância do gerenciamento de protocolos de segurança, como a identificação de comportamentos suicidas e a obrigatoriedade, desde 2019, da notificação de casos de automutilação. “E a gestão precisa sempre ser compartilhada com equipe multiprofissional”.
“A realidade está posta. O hospital precisa ter um processo para identificar pacientes de risco de suicídio e automutilação, por meio de triagem e avaliação. Os profissionais do hospital precisam ser treinados para identificar fatores de risco, e devem utilizar ferramentas de avaliação adequada, e o hospital precisa de quartos adaptados ou adaptáveis, assim como necessita monitorar o funcionamento e efetividade do protocolo. Há ainda documentações necessárias, pois não estamos falando de ‘achismos'”, afirmou Heloísa.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
Leia mais: