O quadro Opinião Livre, do Jornal 730 desta quarta-feira, debateu a possível criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o suposto déficit do Estado, deixado pelo ex-Governador Marconi Perillo.

O deputado Jardel Sebba, líder do PSDB na casa, apresentou requerimento propondo a criação da CPI que, segundo ele, não tem motivação política e visa esclarecer os fatos. Ele reconheceu que a Assembléia tem documentos relativos à questão, mas afirmou que esses dados são complexos. “Não dá para extrair fatos destes números, pois eles são de difícil interpretação”, afirmou.

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Para o secretário da fazenda, Jorcelino Braga, a intenção de se criar uma CPI é eleitoreira. Para ele é preciso utilizar os documentos que estão na Assembléia e trazer técnicos para analisar estes dados. “É uma cortina de fumaça para confundir”, afirmou.

OUÇA O SECRETÁRIO DA FAZENDA, JORCELINO BRAGA


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Tiro no pé
Para o deputado petista Luis Cesar Bueno, a CPI do déficit é um confronto contra todos os órgãos de fiscalização institucional existentes no Estado. Ele lembra que para a aprovação das contas do estado, são feitas várias auditorias e audiências públicas, antes que a assembléia dê parecer favorável.  

OUÇA A ENTREVISTA DE LUIS CESAR BUENO

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De acordo com Luis Cesar Bueno, os relatórios apontam que, em 2005, havia um déficit de quase R$ 2 bilhões (R$ 1, 952 bilhão). No ano seguinte, o deputado revela que o Governo conseguiu pagar quase 700 milhões de déficit do ano anterior. “Isso eu não inventei. São os relatores e conselheiros do TCE que mostraram e a Assembléia auditou e aprovou”.  

Para o petista não há fatos novos em relação ao déficit e ele crê que a motivação da CPI seja política. “um mais um são dois e não adianta dizer o contrário. Os documentos são os mesmos e os números também. Se a Assembléia aprovar o CPI vai dar um tiro no pé, pois vai declarar uma inoperância e uma incompetência”, acredita.

“É uma CPI política em um ano eleitoral para desfazer a imagem de que o Senador Marconi Perillo quebrou o Estado”, acrescentou ainda.

Jardel Sebba negou que a criação da CPI possa confundir a opinião pública em relação à questão. Segundo ele o objetivo é ‘esclarecer’ o que, agora, está confuso. “Não podemos admitir culpa que não temos”, disse, referindo-se ao seu partido – o PSDB.