Após a segunda derrota consecutiva, e a classificação para as semifinais, que parecia tranquila, ficar ameaçada, a vida do Vila Nova já ficou conturbada. Mas nada que afete muito o ambiente no clube, e o trabalho do técnico Antônio Carlos Zago. Após a derrota para o Santa Helena por 2 a 1, o treinador ressaltou que a ideia de deixar o clube sequer foi cogitada, e que a decisão é só uma: continuar.


Ouça a entrevista exclusiva à RÁDIO 730 na íntegra:

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“Aqui em Goiânia se especula muito cedo. A própria imprensa vinha falando se eu ia sair ou não. Eu tive algumas propostas, e resolvi ficar aqui no Vila. Eu espero montar um time com a minha cara”, declarou o treinador na entrevista coletiva após a partida. Zago reforçou que não vê crise, e criticou a imprensa pela intensa cobrança na equipe colorada.

“Quem faz pressão são vocês da imprensa. Eu não vejo dessa maneira. Eu vejo um trabalho a longo prazo”, destacou. Ele não quis comentar sobre a situação junto à diretoria. “Eu procuro fazer o meu trabalho. Quesão de respaldo, tem que perguntar pra diretoria”. O treinador disse que não pode ser penalizado por erros que foram cometidos antes de ele ter chegado no time, e reiterou que está trabalhando com um elenco montado por outro técnico.

“Não posso pagar por um erro, por aquilo que fizeram no passado, até porque foi o time que eu peguei, é o time que eu estou treinando, passo a maior parte do meu dia aqui”, disse ele, agora em entrevista exclusiva à RÁDIO 730. “Até agora eu trabalhei com uma equipe que foi montada por outro treinador, e é em cima disso que eu estou trabalhando”, lembrou.

Contratações

Desde que chegou, Antônio Carlos deixou claro que o time vilanovense só seria forte no Goianão se contratasse mais jogadores. Após muita demora, o prazo para inscrições no estadual se encerra nesta sexta-feira (25), apenas os laterais Luizinho e Paulo César chegaram, este último, ainda corre risco de não ser regularizado.

Zago voltou a reforçar que passou alguns nomes para a diretoria, mas que todos os jogadores estão empregados e, portanto, seria difícil tirá-los de seus respectivos times. “Os reforços que eu indiquei pro Vila, são reforços de qualidade. Não são reforços que vão chegar aqui para ganhar 3, 2 mil reais”, garantiu.

“Tenho muita tranquilidade, até porque quando fui contratado eu não pedi nada, até porque não conhecia o grupo. Falaram que o grupo precisava de sete ou oito jogadores, e em cima disso que eu comecei a trabalhar”, comentou. Ele ressaltou que, se houvesse um planejamento anterior, essa realidade poderia ter sido outra.

“Se fosse em setembro, outubro do ano passado, o Vila poderia até ter feito pré-contrato com esses jogadores, mas não adianta você chegar janeiro, fevereiro, quando começa um campeonato estadual, e querer sair correndo atrás de reforços”, disse o comandante alvirrubro, que ainda criticou a política de várias contratações do tigre nos últimos anos.

“No ano passado contrataram 68, 69 jogadores. Como você trabalha com tantos jogadores? São sete times. Eu não trabalho dessa maneira”, declarou. “Tive uma experiência muito boa como diretor do Corinthians, e é por isso que eu me sinto na condição de falar. Até porque o time de 2009, 2010, que ganhou Copa do Brasil, Campeonato Paulista, que disputou a Libertadores, fui eu que montei. Falo com muito orgulho, até porque sou competente para isso”, lembrou.

Qualidade do elenco

“Eu nunca brinquei com a expectativa do torcedor”. Essa é a frase que Zago usou para admitir, mais uma vez, que o atual grupo vilanovense está atrás dos rivais na briga pelo Goianão. Segundo ele, o Atlético-GO é reconhecidamente a maior força do Estado, e Goiás e Vila estão num patamar abaixo.

“O time que nós temos é um time pra disputar o Campeonato Goiano, é a terceira força do estado, desde que cheguei eu venho falando isso, e nosso objetivo é conseguir a classificação, e depois quando chegarmos na semifinal tentar lutar de igual para igual”, comentou.

“É um grupo que pode chegar à semifinal, e quando se chega na semifinal talvez não tenha um certo favoritismo do Atlético Goianiense, talvez você pode bater de igual para igual com essa equipe, e talvez você pode ganhar, chegar a final, ser campeã, mas eu vejo que tem equipes na nossa frente no Campeonato Goiano”, complementou.

Apesar de colocar o Vila Nova em um nível abaixo do Atlético-GO, Zago acredita em um resultado positivo no clássico entre as duas equipes no domingo. “Nada melhor do que você ganhar de um grande clube como é o Atlético Goianiense, pra você poder dar a volta por cima, e eu vejo que nós temos condições para isso”, disse. “A tristeza tem que ser só hoje. Amanhã a gente já tem que levantar a cabeça”, complementou.