Quadrilhas juninas profissionais encantam e enfrentam desafios para manter viva a cultura popular

Vestidos coloridos, passos sincronizados e a energia contagiante das festas juninas encantam o público todos os anos. Mas o que poucos sabem é que, por trás dos trinta minutos de espetáculo, há meses de ensaio intenso, dedicação e superação. No programa Tom Maior da Sagres TV, os dançarinos Maria Tereza e Emmanuel Badu, integrantes da quadrilha Junina Arriba Saia, compartilharam suas experiências e os bastidores desse universo que vai muito além de junho.

Maria Tereza contou que foi levada pelo filho para o grupo e se apaixonou pela dança. “Já é meu segundo ano. Comecei por causa do meu filho, que também dança com a gente. Fui, gostei e fiquei”, contou. Já Badu revelou que era um admirador das apresentações antes de se arriscar na dança.

“Acompanhava a Arriba Saia desde 2017. Achava lindo, mas pensava: ‘isso não é pra mim’. No ano passado entrei só pra experimentar. Disse que seria só um ano, mas aqui estou eu novamente”, brincou. Segundo os dançarinos, o ciclo de ensaios começa logo após o fim das apresentações.

“A gente dança até agosto e em janeiro já começa tudo de novo”, explicou Badu. Os primeiros ensaios acontecem aos domingos de manhã, mas a frequência aumenta conforme se aproxima o meio do ano. “Em maio, chegamos a ensaiar três ou quatro vezes por semana. Teve fim de semana que ensaiamos das nove da manhã às oito da noite”, relatou.

O esforço é recompensado pela emoção da apresentação. Mas nem tudo é fácil. Para Badu, o maior desafio é físico. “A gente dança feito doido. Quando para, o corpo acostuma a descansar e, quando volta, sente o baque. Em janeiro, eu já estava morrendo com 15 minutos de coreografia”, confessou, em tom bem-humorado.

Para Maria Tereza, o obstáculo inicial foi a idade. “Acho que sou uma das mais velhas do grupo. No começo, foi mais difícil acompanhar o ritmo dos mais novos, mas esse ano está mais tranquilo, estou mais leve”, disse ela. O ambiente da quadrilha também se destaca pelo afeto e pela convivência entre os membros.

“A gente vai se unindo, se encaixando nas coreografias. Temos grupo no WhatsApp, trocamos ideias o dia inteiro. Vira uma família”, comentou Maria Tereza. A preparação inclui ainda a elaboração de figurinos, que impressionam pela riqueza de detalhes. Apesar de todo o esforço, o reconhecimento ainda é um desafio.

“Muita gente acha que é tudo igual, que é só xadrez e pronto. Mas cada grupo tem sua personalidade, sua forma de dançar. Em Brasília é de um jeito, aqui é outro. Ainda falta muito para o público conhecer esse universo”, destacou Badu, que também é pesquisador de festas populares.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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