Catedral de São Basílio, Rússia (Foto: Panthermedia / Vostock-photo)

A Rússia tem um “novo/velho” presidente da República desde este 7 de maio. Reeleito em 18 de março, Vladimir Putin, ficará à frente do governo russo, a segunda maior potência nuclear do planeta, até 2024, quando completará 25 anos de poder. Com esse novo mandato, ele só perderá para o ditador soviético Josef Stálin em longevidade no poder desde o fim do Império Russo, em 1917. Stalin ficou 29 anos.O blogueiro e ativista Alexei Navalni, líder oposicionista mais barulhento, foi impedido de disputar a eleição por questões judiciais.

Putin, eleito com maioria consagradora de 76% dos votos, sustenta-se com um discurso de defesa dos interesses da Rússia em sua política internacional. Ele anexou a Criméia em 2014, mantém tropas russas na Síria, o que recolocou o país como potência no Oriente Médio; faz uma retórica militarista contra os EUA, e, por fim, envolveu-se em um embate diplomático com a Inglaterra a respeito do envenenamento em solo inglês de um ex-espião russo e de sua filha.

Professor de relações internacionais da PUC-Goiás, Pedro Pietrafesa, explica qual país a Rússia quer mostrar ao mundo em junho.

“Vão querer mostrar uma Rússia estável econômicamente, uma Rússia que respeita as instituições. A Rússia real tem muitas contradições. É um país muito grande. Moscou é uma cidade vibrante mas outras regiões possuem dificuldades econômicas”, afirma.

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Costa Rica

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Teatro Nacional, San José, Costa Rica (Foto: Reprodução/ Internet)

Prestem atenção neste cenário da eleição presidencial. O candidato governista é de centro-esquerda.Defende a união entre pessoas do mesmo sexo e os direitos humanos. Seu partido hoje no poder despontou nas eleições anteriores com a bandeira de combater a corrupção.

Porém, logo se viu envolvido em um escândalo de desvio de verbas públicas. A segurança também é um problema crescente.Neste contexto, surgiu um candidato populista de direita, com um discurso linha-dura na segurança pública. Um político evangélico aproveitou-se do debate sobre casamento homossexual para fazer um discurso conservador e agradar eleitores de igrejas neopentecostais.

Estamos falando do Brasil? Parece, mas não é. Esse cenário aconteceu na eleição presidencial da Costa Rica, em fevereiro, primeiro turno, e em abril, segundo turno. O país da América Central tem uma das democracias mais estáveis das Américas, com bons índices sociais e baixo desemprego.Lá também houve cansaço dos partidos tradicionais e isso embolou a eleição de 2018. Ao fim não houve surpresa. O candidato evangélico e cantor gospel, Fabricio Alvarado ganhou o primeiro turno, mas perdeu no segundo para o governista Carlos Alvarado. 

O novo presidente tomou posse dia 8 de maio. Ele é ex-ministro do Desenvolvimento Social, tem 38 anos, é jornalista, escritor e cientista político. Defende uma agenda que inclui o casamento gay e o Estado laico. A seleção de Tite vai enfrentar os costa-riquenhos em 22 de junho, em São Petersburgo.

Sérvia

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Bandeira da Sérvia (Foto: Reprodução/ Internet)

A Sérvia é mais conhecida no Brasil por seu futebol e por nomes como Vujadin Boškov, antigo técnico de times como Real Madrid e do Sampdoria italiano, morto em abril de 2014. Em julho do ano passado esse país encravado no sudeste da Europa, na região balcânica, chamou a atenção do mundo por dar posse à primeira-ministra assumidamente gay. Ana Brnabic, também a primeira mulher a assumir esse cargo no país, foi nomeada pelo presidente conservador e ex-ultranacionalista, Aleksandar Vucic.

A Sérvia é um dos seis países que integraram a antiga República Iugoslava. Envolveu-se em um sério conflito com a Bósnia, também ex-membro da Iugoslávia, no final dos anos 90. Vusic chegou ao poder primeiro com premiê, em 2014. Depois foi eleito presidente, em fevereiro de 2017.  Neste período mudou de político ultranacionalista, que já defendeu líderes sérvios acusados de crimes de guerra na Bósnia, a reformista pró-Europa. É aliado do presidente russo Vladmir Putin.

A Sérvia é um país dos paradoxos. Metade da população católica ortodoxa acha que o homossexualismo é uma doença. Mas tem uma primeira-ministra gay e uma medicina de mudança de sexo mais avançada da Europa, que atrai transgêneros de vários países.

Até hoje as paradas gays na Sérvia são realizadas com proteção policial. O Brasil vai enfrentar a Sérvia nesta Copa do Mundo, em 27 de junho, em Moscou.

Suíça

A Suíça é o paraíso dos bancos e refúgio dos famosos e milionários de toda parte do mundo. Ultimamente o Brasil tem ouvido falar muito do país como destinatário de recursos de origem ilícita investigados na operação Lava Jato. Fora isso, pouco se fala sobre o governo desse país que, aliás, tem como marca principal justamente a discrição.

A Suíça é governada por um órgão, chamado de Conselho Federal, formado por sete membros. Eles são os responsáveis pelos sete ministérios. O presidente e vice-presidente do Conselho comandam o país por apenas um ano. O mandato dos sete conselheiros é de quatro anos. O poder do executivo é limitado. Eles não podem editar medidas provisórias nem têm poder de veto. Na Suíça, os 26 cantões, correspondentes aos Estados no Brasil, têm autonomia política e administrativa em relação ao executivo federal.A Suíça será o primeiro adversário do Brasil nesta Copa do Mundo. O jogo acontecerá em 17 de junho, em Rostov do Don.

https://www.youtube.com/watch?v=vWWLRqSnluw