Sei que para o torcedor o importante é o título. São as conquistas. As taças. As glórias. O presente vitorioso. Eu sinto que com o passar dos anos, o torcedor e o futebol goiano estão esquecendo de seus ídolos do passado. Daqueles que um dia fizeram a alegria de milhares, quem sabe milhões, e encheram de magia os gramados goianos na disputa do Campeonato Estadual e nas competições nacionais. Quem não se emociona com o 4 a 4 do Goiás contra o Santos? Com um titulo emocionante como o de 1973 para o Vila Nova? As belas defesas de Pedro Bala no titulo rubronegro de 1970?
Sem querer entrar no lugar comum “quem vive de passado é museu”. Eu o contesto eternamente. Quem vive de passado é quem tem história. Não precisa lembrar do passado e esquecer o presente. Mas usá-lo como aspecto de evolução e desenvolvimento.
Nunca escondi que sou colorado. Ontem conversando com meu primo, ele me contava que a caravana do Inter esteve na cidade onde minha avó mora (Faxinal do Soturno-RS, uma cidadezinha de cerca de 10 mil pessoas no interior do estado). Onde estiveram Claudiomiro e outros ídolos do passado, além da exibição de réplicas das maiores conquistas coloradas.
Em Goiânia, quando o Inter veio jogar contra o Goiás, no inicio do Campeonato Brasileiro, cerca de 600 pessoas estiveram no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) para ver as taças da Libertadores, Mundial e Brasileiro. E para conversar com Nena, ex-atleta do time gaúcho da década de 1950 e hoje mora em Goiânia e alguns dirigentes como o atual presidente Vittorio Piffero.
Por que não despertar uma ação voltada para este lado para fortalecer a identidade e a união dos torcedores do Goiás, Vila Nova e Atlético na capital e no interior do estado?
Não seria a hora de retribuir àqueles que um dia passaram fome para ajudar o clube a conquistar um titulo importante? Que quebraram a superstição quando o Goiás conquistou o primeiro título de sua história?
