Após a surpreendente vitória sobre o Flamengo no último domingo (6) em Jaguariúna – 1 a 0 com gol do atacante Reginaldo – o Trindade tornou – se a surpresa da primeira fase da Copa São Paulo. Com seis pontos, o time goiano está praticamente classificado e mesmo perdendo para o River, do Piauí, na última rodada, conseguirá sua classificação.

Comandado pelo técnico Rafhael Miranda, que pelo terceiro ano seguido conduziu o time para a principal competição de categorias de base do Brasil, o Trindade colhe os frutos de um trabalho a longo prazo.

“O projeto do Trindade tem quatro anos. Cheguei no segundo ano e mesmo com a mudança de presidente foi mantida a filosofia. A chave do trabalho é a comissão técnica muito qualificada, um alojamento com capacidade para 42 atletas e ainda uma forma muito alinhada entre diretoria, comissão técnica e atletas”, detalhou Rafael, que ainda torce por melhorias na estrutura para treinamentos.

“Tem o campo principal para treinamento e o estádio. Precisávamos de pelo menos dois campos para os trabalhos”, acrescentou.

Rafhael Miranda explicou que os investimentos no Trindade são maiores na base do que no profissional que em 2018 disputou a Divisão de Acesso. A ideia é revelar jogadores para o mercado europeu, especialmente para o futebol português.

“Temos uma parceira muito boa com o empresário português Teixeira, que comanda o Grêmio Anápolis”, revelou Rafhael.

Carreira

Durante o programa Debates Esportivos da última segunda – feira (7), o comentarista José Carlos Lopes destacou a organização e o toque de bola que o Trindade apresentou na vitória sobre o Flamengo, algo que o técnico Rafael Miranda prioriza, acompanhando trabalhos em outros clubes.

“Estamos pegando as coisas boas dos grandes clubes do futebol mundial. Não tento pegar apenas as coisas do Barcelona. Gosto muito do Maurício Sarri, ex – Nápoli, hoje no Chelsea.

Vindo pro futebol nacional, acompanho também o André Jardine, que subiu para o profissional do São Paulo. Eu tenho o conceito de jogo de ter uma equipe organizada defensivamente, mas quando estiver com a bola, jogar, com aproximação, passe de primeira e controle de jogo”, explicou Rafael Miranda.

Com 11 anos de carreira, em Goiânia já trabalhou nas categorias de base do Atlético e do Vila Nova, disse ter recebido recentemente uma proposta de um time da capital para ser técnico da categoria sub – 17, mas preferiu continuar no Trindade, onde tem autonomia para trabalhar.

“É difícil escutar um não no clube. É importante ter essa autonomia de trabalho para as coisas funcionarem dentro do clube. Claro que quero trabalhar em clube grande, mas sou muito feliz no Trindade, onde sou constantemente valorizado, as vezes, sem mesmo eu pedir”, finalizou.