Na tarde deste sábado (08), o Atlético perdeu para o Vitória, por 2 a 1. Com a derrota, o Dragão continua na lanterna do Brasileirão Série B. Em entrevista ao repórter Arthur Magalhães, da Rádio 730, o diretor de futebol do rubro-negro, Adson Batista, demonstrou sua insatisfação com a atuação da equipe na partida.

Confira a entrevista de Adson Batista:

Em relação ao trabalho de Doriva, o que está achando?

– A realidade é que essas avaliações a gente tem que fazer ela com cabeça fria. É evidente que os números não mentem. O Doriva tem trabalhado bem e feito seu melhor. Eu tenho acompanhado. É um cara muito descente, mas está ficando de uma maneira muito difícil. Ele não consegue o resultado. A culpa é de todos, não tem um só culpado. O que eu sinto é que as mexidas as vezes tentam ser ofensivas, mas acaba vulnerável. É uma situação que nós temos que repensar. Estou muito preocupado e sentido. Por que é um começo muito ruim. Não adianta ir para o desespero, por que tende a piorar cada vez mais. Nós temos um campeonato longo pela frente. Não podemos deixar a marca do Atlético definhar. O Atlético vai cair de divisão, pode acontecer como em qualquer time. Eu vou tentar a todo momento para que isso não aconteça. Tem que ter cabeça erguida. Já pensar no ano que vem. O Atlético não vai morrer. Infelizmente eu já chego a conclusão que vamos tomar muitas pancadas e muitas críticas. Nesse momento merecemos. Um time como o Atlético que entra em uma Série A precisa montar seu time com antecedência. Nós começamos a montar esperando o paulista esperamos ver o final. Tem que montar com antecedência para trabalhar o grupo.

Adson, o Atlético não consegue a vitória aqui no Estádio Olímpico. Como você vê essa derrota?

– Eu nesse momento tenho que ser maior que tudo né. Isso doe na alma, eu estou sentindo muito, como todos os atleticanos. Nosso time alterna muito. Tem hora que você um time que equilibra muito, e tem momento que o time perde o equilíbrio na partida, ataca muito, mas de forma desordenada. Fica exposto. Eu já to muito preocupado por que perdemos o emocional. Estamos sem confiança para chutar no gol, fica tudo desorganizado. Infelizmente é um momento dificílimo. A gente sente que os atletas já não estão com confiança para jogar. Mas uma derrota e por um adversário que não mostrou nada além do que nós. Não tem explicação. Mas é um momento que temos que ter grandeza para superar. Não sou um homem que joga a tolha e o boné. Estamos no meio de temporada e vamos superar. Nós temos que reinventar buscando uma forma diferente de jogar, nós estamos muito previsíveis. É um momento de reflexão. Infelizmente eu vejo que tecnicamente ele é muito inferior a muitos times. O Vitória jogou hoje aqui em cima do nosso erro.

Em quinze pontos disputados o Atlético ganhou apenas um. Comente este aproveitamento.

– É abaixo da crítica. Eu não tenho o que falar. É uma campanha muito ruim. Não temos nada que se desculpar. Não temos  condição de confrontar ninguém. A torcida tentou ajudar, tentou empurrar, fez tudo que podia. Mas o time não deu resposta. Alguns jogadores já estão totalmente entregue. Nós temos que tentar colocar gente nova no grupo e recuperar o emocional de alguns jogadores.

Você já começa a pensar em 2018 com o Atlético na Série B?

– A gente tem que pensar sempre. Daqui a pouco se as coisas não andar vamos ter que diminuir custos. Temos que ter a noção de que as coisas não vão bem. Nós temos esse número de derrotas neste momento. Um time que não consegue jogar de maneira equilibrada em casa. Não adianta eu ficar escondendo. A gente tem que ser racional. Ninguém do Atlético queria isso. Estamos se aniquilando em alguns momentos. O campeonato é longo e isso o muito ruim para a marca do gol. A gente tem que tentar fazer alguma coisa. Até agora estamos passando vergonha na competição.

Você tomará alguma decisão junto com Jovair Arantes, presidente do conselho deliberativo do clube?

– As coisas não estão caminhando temos que procurar alternativas diferente. Nessa hora tem que ser equilibrado. Vou estar à frente, não vou abandonar o Atlético por que é um clube muito importante na minha vida. Evidente que a gente tem que ter o respeito das pessoas. O profissional pode ser criticado. Eu vi aqui a torcida do Atlético com um respeito muito grande. Tentaram ajudar a todo o momento. Mas infelizmente o emocional e postura do time não soube absorver. O time atacou muito tentou de todas as forças, mas ficou muito exposto.

Como está a situação de Júnior Viçosa no Atlético?

– Com toda sinceridade o Viçosa já comunicou que não quer ficar. Eu não posso ficar com um jogador que não quer ficar. Temos que ter jogador que quer honrar, que lute, que valorize para receber seu salário no final do mês.

Faça uma análise da volta do atacante Walter.

– O Walter é um jogador que tem qualidade. Ele tá muito só, precisa mexer. O Jorginho faz muita falta. A partir do momento que Walter entrou nosso time ficou muito desorganizada defensivamente. O Vitória defendeu muito bem. Jogou em cima do desespero do Atlético. Ficamos muito exposto. Perdemos o jogo. Nesse momento a gente tem que refletir muito e saber que é um momento muito difícil para a vida do Atlético. Mas ninguém vai baixar a cabeça. Vamos trabalhar para concertar.

Como está a situação de Everaldo?

O Everaldo to sentindo que ele também está com a cabeça um pouco longe. Todo mundo aqui tem que estar a mil por hora. Ganhando ou perdendo tem que estar a mil por hora, no limite.

Tem possibilidade de negociação com o atacante Grafite?

– Impossível. Valores que não temos condições de praticar. Não vamos pensar em fazer nenhuma loucura para chegar no final do ano e estar falido. Nós vamos trabalhar até o final do ano com o nosso orçamento e pés no chão com esperança de que esse time possa produzir mais. Claro que pode chegar uma peça ou outra dentro das nossas possibilidades. Mas hoje precisamos melhor muito para ter condições de conseguir nossa classificação dentro da competição.

Qual seria o teto salarial para uma possível contratação?

– Eu não quero expor o clube. Não é hora de ficar expondo essas coisas. Temos que ter a cabeça fria para as coisas. Por que nesse momento as coisas estão muito difíceis. Não estamos muito ruim. Todos estão sentindo muito. Hoje eu vi jogador nosso aqui chutando o chão. Estão ruim emocionalmente. Perdemos o senso de organização.

E as próximas partidas serão contra o São Paulo e Atlético-MG.

– Só essas “besteirinhas” ai, né. Para não passar vergonha a gente vai ter que mudar muito a nossa forma de jogar. Se nós jogarmos exposto como jogamos hoje vamos perder para qualquer time brasileiro.