Em entrevista à Sagres, na manhã desta segunda-feira (27), o presidente da Metrobus, Francisco Caldas, esclareceu que o projeto de reestruturação da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) da região Metropolitana de Goiânia, aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na última segunda-feira (20), não privatiza a empresa, mas, sim, realiza a transferência do capital societário, que era majoritariamente do Estado.

Com isso, a empresa de capital misto terá a mesma divisão da formação da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC): 41,2% do Estado de Goiás; 41,2% da Prefeitura de Goiânia; 9,4% da Prefeitura de Aparecida de Goiânia e 8,2% da Prefeitura de Senador Canedo.

“Não há neste projeto discussão acerca da privatização. Se toca, sim, numa reestruturação societária da Metrobus e da CMTC. E por que isso? Porque todo projeto se reestrutura na forma de financiar o Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia”, afirmou.

Segundo presidente da empresa, a possibilidade é de que o “núcleo central do projeto” seja a tarifa por usuário, de forma que vise o equilíbrio econômico e financeiro “para todas as operadoras”.

Francisco Caldas informou ainda que essa diferença na tarifa “seria financiada por Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo”. “[as prefeituras] passam a estruturar o financiamento da sustentabilidade financeira do serviço de transporte e, como consequência, uma das operadoras, que é a Metrobus, tem que se inserir neste contexto. Hoje, ela é financiada exclusivamente pelos recursos que arrecada e pelo Tesouro do Estado de Goiás. O projeto de reestruturação financeira vai ao encontro dessa nova modelagem”, completou o presidente.

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Francisco Caldas reforçou também que vários pontos do regime atual devem ser revistos, como a forma de cobrança. “Se o usuário andar um quilômetro no sistema, ele paga a mesma tarifa do outro camarada que sai de Goianira e vai pra Senador Canedo e anda mais de 20 quilômetros. Este modelo de financiamento tem que ser repensado porque precisa dar sustentabilidade financeira a todos os operadores, independentemente se eles são privados e estatais”, argumentou.

Conforme o presidente, a Metrobus é uma empresa que vem sofrendo degradação há anos. Um dos principais problemas é com o deterioração da frota dos ônibus do Eixo Anhanguera por conta da pavimentação dos corredores exclusivos, algo que não é responsabilidade da empresa, mas, sim, da Prefeitura de Goiânia.

Além disso, Francisco Caldas apontou que a situação da entidade pode melhorar a partir de agora por conta de investimentos do Estado e do novo projeto de reestruturação. “O que acontece neste projeto é um esforço de reequilíbrio para financiar. A tarifa de agora é muito boa para os passageiros, mas pressiona a operação da empresa que depende da tarifa para se manter. Por isso que o Governo de Goiás resolveu aportar alguns recursos na Metrobus”, concluiu o presidente.

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto: