A natação, quando praticada desde a infância, traz muitos benefícios como o desenvolvimento progressivo nas áreas cognitiva, motora e social, entre outras vantagens à saúde. Mas foi a sobrevivência que fez com que a psicopedagoga Daniella Baiocchi colocasse os filhos Pedro, de 4 anos, e Leonora, de 7, para adquirir intimidade com o meio aquático.

“A criança sabia que se, de repente, cair na água ela consegue sobreviver. Ir para a borda, segurar”, afirma.

O Pedro começou com 1 ano. A mãe conta que a prática já ajudou a salvar a vida do filho mais novo. “Sempre onde a gente acaba passeando tem água. Nós fomos a um clube, e ele foi jogar uma pedrinha no lago. Eu fiquei observando. Quando ele jogou a pedrinha, achou interessante e pegou outra, e aí jogou com mais força e caiu dentro do lago. Na hora desesperei, fui correndo para salvá-lo, e ele usou a técnica que a Baby Raia trabalha”, relata.

Além da sobrevivência, a técnica também é fundamental, e quanto mais cedo, melhor. Os pais são orientados junto com os filhos. É o que explica a gestora e especialista em natação infantil do estúdio de natação Baby Raia em Goiânia, Kelly Maronezzi.

“Quanto mais cedo a gente começar a trabalhar com a criança, mais cedo ela terá a percepção da importância da prevenção de não entrar na piscina sozinho, de respeitar, de saber se virar na piscina”, enumera.

Solução deve começar cedo

Conforme dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o afogamento é a 2° maior causa de óbito em crianças de 1 a 4 anos, e a 3° maior de 5 a 14 anos. Ainda segundo índices da Sobrasa, em 2020 (com ano base 2018), em média, 15 brasileiros morrem afogados diariamente. Neste contexto, 59% das mortes ocorrem na faixa de 1 a 9 anos de idade, sendo ocasionadas em piscinas e residências.

Kelly Maronezzi explica que as atividades já podem começar entre 5 e 6 meses de idade, já com o processo de adaptação sensorial. “Quando a gente vai para a piscina, nós tentamos ensinar o cachorrinho, que é a técnica de nadar com o rosto fora d’água e saber onde está a borda em caso de emergência, ele saber ter autonomia na piscina, mas essa autonomia acontece entre 3 e 4 anos, quando a criança já tem um fortalecimento cervical melhor”, esclarece.

Nadar cedo traz autonomia e benefícios à saúde (Foto: Facebook/Baby Raia)

Aulas em casa

Em tempos de pandemia, muitas mães e pais ficam receosos com o risco de contaminação. Para isso, a empresa segue todos os protocolos de saúde e higienização, mas a criança também pode fazer o Funcional Kids em casa, e já a partir de 1 mês de vida. Kelly Maronezzi destaca que cada aluno passa pela anamnese, um questionário sobre as especificidades de cada futuro peixinho, o que torna a experiência única e personalizada.

“A criança é prematura, teve algum problema respiratório, tem autismo, alergia, gosta de brincar de quê? Todas essas questões são para a gente saber como levar a criança. Nosso trabalho é personalizado. A gente trabalha as crianças na sua forma individual, levando em consideração que cada um é diferente do outro”, ressalta.

O Funcional Kids pode ser feito de 1 até 12 anos. A mãe da Leonora e do Pedro, Daniella Baiocchi, diz recebe o feedback sobre as aulas dos filhos diariamente, e sabe a diferença que a natação faz na vida dos pequenos. “Aconselho todas as mães não esperarem as crianças ficarem grandes para colocar na natação. O quanto antes, melhor”, conclui.

Os irmãos Pedro e Leonora na Baby Raia (Foto: Arquivo Pessoal)