Enfim a novela Robston chegou ao final, o ciclo do jogador foi encerrado no clube. A partir de agora, o procurador do volante está em negociação para definir qual equipe ele defenderá na temporada de 2011. Uma “novela” que se arrastou por seis dias de muitas informações desencontradas, meias-verdades, suspense, mágoas e a única justificativa dada para o desaparecimento foi “sentimento”.
Primeiro vamos ouvir o pronunciamento do diretor de futebol, Adson Batista, decretando o fim da reunião que foi iniciada as 15h30 e concluída pouco mais de 1h20 depois.
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Após o posicionamento da diretoria, o empresário Júlio Fortes explicou, pelo menos tentou, os motivos para que Robston tomasse esta atitude drástica. O volante esteve no CCT, mas não quis falar com a imprensa.
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Depois foi a vez de Renê Simões falar com a imprensa, negar qualquer investida do Vasco da Gama e também falar sobre o “caso Robston”.
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Bom, depois de ouvir estas três partes falando sobre o caso. Coloquei acima a entrevista coletiva na integra. O que podemos concluir? O Robston forçou a barra para sair do clube e conseguiu. Satisfeito, como relatou Júlio Fortes, o volante agora treinará separado dos demais atletas até definir o futuro. Forçou a barra? Sim e muito. Todo mundo quer valorização, pedir é livre, agora é necessário entender a capacidade do clube. No aspecto do jogador, cabe agora observar ele dentro de campo para ver se realmente irá jogar como no Atlético ou será mais um como no Botafogo.
Do lado do clube, estiveram na reunião Adson Batista, Dr. Marco Antônio Caldas (presidente do conselho) e o Dr. Marcos Egídio (diretor jurídico). Particularmente, eu nunca tinha visto um semblante tão fechado. Todos sentiram o golpe e o trataram como uma traição. Alguns disseram que tinham feito muito pelo jogador quando chegou do Brasiliense bastante desacreditado e sem perspectiva, jamais esperavam esta retribuição do jogador.
Certa vez, um jogador do Atlético me falou que hoje em dia os atletas ganham mais dinheiro nas transferências do que realmente com os salários. Ou seja, é mais rentável pular de time em time a permanecer longos períodos nos clubes. Porém, a principal lição para a diretoria atleticana é que o planejamento tem que ter sequência, a base tem que ser mantida ano a ano, mas os jogadores tem “prazo de validade”. É necessário aprender vendê-los na hora certa para poder sempre contar com eles no futuro.
O torcedor que esteve no CCT do Urias Magalhães ontem também demonstrava o sentimento de traição por parte do jogador. Foram 6 anos vestindo a camisa 7, sempre com disposição, garra, vibração e um monte de declarações polêmicas. Quem não se lembra do caso das “mocinhas” na decisão de 2007? No entanto, o torcedor ouve o nome do jogador e tem a certeza que o volante saiu pela porta dos fundos, onde dificilmente terá um ambiente fácil para retornar. Me atreveria a dizer, Robston não nasceu em Goiânia, não foi revelado pelo Atlético, mas a cada retorno para enfrentar seu ex-clube goiano, ele sempre encontrará o ambiente semelhante ao de Ronaldinho Gaúcho quando pisar em Porto Alegre.
Carlos Robston Ludgero, 29 anos, chegou em 2006 para a disputa do Campeonato Goiano, onde ao lado de Pituca formavam as torres gêmeas do meio-campo rubronegro. Em 2007 conquistou o título de Campeão Goiano após 19 anos de jejum. No ano seguinte chegou ao título de Campeão Brasileiro da Série C com folga. Em 2009 veio o acesso a Série A. No ano passado, mais um título de campeão goiano, a melhor campanha do clube na Copa do Brasil e a permanência na elite do futebol brasileiro. Sua técnica vai deixar saudade, mas sempre será arranhada pela conduta fora das quatro linhas.
GOIANÃO
Eu fui fazer entrevistas para a programação esportiva da rádio nesta quarta-feira e conversando com jogadores e membros da comissão técnica do Goianésia, eles me relataram que apenas três jogadores e um membro da comissão técnica não sofreram com problemas gastro-intestinais na última rodada em Morrinhos. Eles me disseram que foram a campo sob fortes remédios para conter o distúrbio. E me lembrei que o Thiago Feltri sofreu a mesma coisa quando o Atlético foi a Morrinhos neste Goianão.
A FGF precisa investigar se foi premeditada ou se o problema é a qualidade da comida oferecida no hotel onde as delegações estão concentradas. A Anapolina está com receio de ficar na cidade para o duelo do final de semana.
Em pleno século XXI, tais condutas não condizem o futebol profissional. Lamentável se tudo isso não for muuuuita coincidência.