No podcast desta semana dedica a sua edição a compreender a nova crise do petróleo que impacta a todos os países que estruturam a sua fonte de energia nos combustíveis fósseis. Nas últimas semanas ataques a refinarias tensionaram a região do Oriente Médio e fizeram os preços do barril disparar em todo o mundo. As dificuldades para propor um rumo ao Brexit e a manifestação na Catalunha que testa o ideal de independência na Espanha também estão na pauta do programa. Confira entrevistas com o consejal de Garriguella Ferran Coronado e o professor Marcin Grodzki.

(Foto: Poder 360)

Duas das maiores instalações de petróleo da Arábia Saudita foram atacadas e entraram em chamas, na madrugada do dia 14 de setembro, ameaçando a produção de combustível do país. Os rebeldes houthi, do Iêmen, assumiram a autoria do atentado, que eles afirmam ter sido executado com 10 drones.

O porta-voz da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, Turki al-Maliki, denunciou que os ataques cometidos foram realizados com 18 drones e sete mísseis de cruzeiro iranianos.

O incidente provocou uma redução de 5% na produção mundial e fez o preço do barril disparar no mercado internacional, atingindo a maior alta em uma sessão desde a Guerra do Golfo, em 1991.

O Iêmen, país que fica na região sul da Arábia Saudita, vive uma guerra civil violenta desde 2015. O conflito é consequência da “Primavera Árabe”, de 2011, quando uma revolta popular, organizar pelas redes sociais, forçou o então presidente, Ali Abdullah Saleh, a deixar o poder nas mãos do vice, Abdrabbuh Mansour Hadi.

De acordo com informações da BBC, A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o conflito já matou pelo menos 7290 civis e deixou 80% da população – 24 milhões de pessoas – à mercê de assistência ou proteção humanitária, incluindo 10 milhões que dependem do fornecimento de alimentos para sobreviver.

Professor Marcin Grodzki, do Departamento de Estudos Árabes e Islâmicos, da Universidade de Varsóvia, na Polônia. O professor detalha a repercussão geopolítica e econômica dos ataques.

“Chamo a atenção de todos para uma coisa: os drones voaram por mil quilômetros para atingir com sucesso as refinarias sauditas. Se as forças militares, como as presentes no Iêmen, conseguem realizar um ataque como esse, então significa que qualquer outra força militar local pode fazer a mesma coisa em qualquer lugar no mundo. E o sistema de defesa da Arábia se mostrou despreparado, mesmo sendo equipado com bilhões de dólares de alta tecnologia para sistema de detecção dos EUA. Parece que estamos encarando uma nova era de guerra e vingança e isso pode facilmente sair do Oriente-Médio. Para nós na Europa, estamos, claro, com medo do preço dos combustíveis nos postos e tem muita gente acreditando que, para saber quem realmente atacou as refinarias, é preciso fazer a seguinte pergunta: Quem mais vai ganhar com isso? Quem tem interesse com os ataques? Quem vai fazer mais dinheiro com altos preços do petróleo e ganhar capital político com isso? Eu deixo você com essas perguntas, obrigado”, explicou.

As frases bem ou mal ditas por aí…

A frase da semana fica por conta do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que respondeu ao ultimato da União Europeia nesta semana para que ele apresente propostas alternativas a um Brexit sem acordo.

“Eu não quero exagerar sobre o progresso que estamos fazendo, mas nós estamos fazendo progresso. O que nós precisamos fazer é encontrar um caminho pelo que o Reino Unido falar com a União Europeia e realmente fazer as coisas de forma diferente. Sem depender do controle da UE nos termos de leis e políticas comerciais, que são os problemas do atual acordo. Nós queremos proteger nossa terra sem fronteira dura na Irlanda e mantendo um processo pacífico. Nós achamos que conseguimos fazer isso e resolver esse problema. Vocês ouviram um representante da UE dizendo que não tem dependência do backstop. Bom, isso é progresso, porque eles não diriam isso um mês atrás. É vital que, aconteça o que acontecer, nós estejamos preparados para não ter um acordo. Nós vamos nos preparar e estaremos prontos para não ter acordo no dia 31 de outubro. Então, é preciso fazer as duas coisas em uma”, discursou Bojo.

A União Europeia deu na última quinta-feira (19) um ultimato para o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apresentar propostas alternativas a um Brexit sem acordo. A posição do bloco é aguardar até o dia 30 de setembro uma proposta.

Johnson esperava rediscutir o acordo do Brexit durante a próxima cúpula do Conselho Europeu, em 17 e 18 de outubro, apenas 14 dias antes da separação – a oposição o acusa de postergar a apresentação de propostas para garantir que o país saia da UE sem acordo.

O primeiro-ministro até suspendeu o Parlamento para evitar a aprovação de leis que impeçam o Brexit sem acordo, mas a medida pode ser revertida pela Suprema Corte, que julga o caso e deve anunciar seu veredito na semana que vem.

Edições Anteriores comentadas neste Episódio

Músicas comentadas neste Episódio

Yemen Music

Ouça +

Sagres Internacional #34: Os 18 anos dos atentados de 11 de setembro e a história da guerra ao terror

Sagres Internacional #33: Indústria 4.0: os impactos econômicos e sociais

Sagres Internacional #32: Boris Johnson e sua arriscada estratégia para suspender o Parlamento

O “Sagres Internacional” vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-GO. Você também pode acompanhar pelo Sound Cloud, Spotify, Deezer, ITunes e Google Podcasts. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais.