Bandeira irlandesa (Foto: Public Domain Pictures)

Na 56ª edição do Sagres Internacional, Rubens Salomão e o professor Norberto Salomão analisam as eleições na Irlanda, no tema principal do programa desta semana. Braço direito do grupo terrorista IRA está entre partidos mais votados no país. Por falar em pleito, você vai coferir o crescimento do bilionário Mike Bloomberg antes da ‘superterça’ e a preocupação do presidente americano Donald Trump. 

Na Irlanda, o partido nacionalista Sinn Féin, de esquerda, se tornou a segunda maior formação política no Parlamento irlandês, de acordo com o resultado final das eleições legislativas realizadas no fim de semana.

O resultado pode levar a sigla — que tem ligação histórica com o grupo separatista IRA — ao poder, quebrando a alternância de governo entre os tradicionais partidos Fine Gael e Fianna Fail, que dura cem anos.

Segundo a contagem dos votos, o Sinn Féin conquistou 37 das 160 cadeiras na Dáil Éireann, a Câmara Baixa do Parlamento irlandês, com dois representantes a mais do que o Fine Gael, do primeiro-ministro Leo Varadkar. O Fianna Fail, de centro-direita, obteve 38 assentos.

Mary Lou McDonald, líder do partido — que milita pela reunificação da República da Irlanda com a Irlanda do Norte, parte do Reino Unido —, disse que a sigla “venceu a eleição”, e afirmou que o Sinn Féin tentará formar governo sem o apoio dos dois partidos tradicionais, o que é considerado muito improvável.

Estados Unidos

O Sagres Internacional abre aspas para Michael Bloomberg

michael bloomberg

Michael Bloomberg (Foto: Kevin S. O’Brien – Public Domain)

“Mas primeiro, antes de peça que vocês me apoiem nesta coeleição, para fortalecer a América negra e construir um país mais forte, eu quero dar a vocês uma noção melhor de quem eu sou. Em que eu acredito, o que sinto e porque esse trabalho é tão importante para mim. Durante toda a minha carreira nos negócios e no governo, eu não doei todo o meu dinheiro. Eu tentei fazer a coisa certa. É o que eu faço, fiz, tive sorte e agora tento fazer alguma coisa boa com isso. Não a coisa mais popular ou a politicamente correta, mas a coisa certa. Eu não fiz tudo certo na vida, nem de longe. Mas eu quero deixar claro agora no que eu acredito e o que quero fazer quando for presidente. Eu sou um líder que pode ser honesto sobre meus próprios erros e acredito que quando se comete um erro, você tem de aprender com ele e, na próxima vez, acertar. E quando eu me elegi pela primeira vez, as famílias em Nova Iorque estava perdendo seus filhos para a violência armada em uma taxa alarmante. E meu foco era claro: eu queria salvar vidas e responder aos problemas que afetavas nossas comunidades.”

Um áudio vazado nesta semana, em que o bilionário Michael Bloomberg defendia a política de policiamento “stop-and-frisk” (“pare-e-reviste”), adotada quando foi prefeito de Nova York, rendeu ao pré-candidato democrata às eleições presidenciais dos Estados Unidos acusações de racismo. A munição foi usada pelo presidente americano, Donald Trump, que compartilhou o áudio no Twitter e comentou em maiúsculas: “Uau, Blommberg é completamente racista!

Trump apagou logo em seguida seu comentário, sem maiores explicações. Mas sua atitude intempestiva deixou uma pista sobre quem considera seu potencial adversário nas eleições de novembro. Segundo o portal Real Clear Politics, que calcula a média das mais recentes pesquisas eleitorais, Bloomberg tem 13,6% das intenções de voto na disputa com os demais pré-candidatos democratas, apesar de ter entrado na briga mais tarde, em novembro. O porcentual foi suficiente para ultrapassar uma das mais fortes competidoras, a senadora Elizabeth Warren, e para conquistar o terceiro lugar no pódio dos favoritos.

Ainda mais preocupante para Trump é o fato de as pesquisas indicarem que, em disputa direta, Bloomberg sai com uma média de 6 pontos porcentuais de vantagem.

Protestos na Alemanha

Milhares de manifestantes foram às ruas em Erfurt, capital do estado alemão da Turíngia, onde a eleição do representante da região graças à extrema direita provocou um terremoto político na Alemanha.

Os manifestantes se reuniram no centro da cidade, sob o lema “Não aos pactos com os fascistas: nunca e em lugar nenhum!”. Entre cartazes e bandeiras, podia-se ler alguns que diziam “não queremos o poder a qualquer preço”.

A manifestação na cidade, localizada no território da antiga e comunista República Democrática Alemã (RDA), foi organizada por ONGs, artistas, sindicalistas e autoridades políticas, reunidos na aliança #Unteilbar (indivisível) e apoiados por movimentos como Fridays for Future e Bund.

“Me manifesto porque a influência da AfD (força de extrema direita Alternativa para a Alemanha) torna-se muito incômoda nas regiões do leste”, explica a moradora de Erfurt Maria Reuter, 74 anos. “Continuo sendo otimista, mas limites foram ultrapassados.”

A eleição surpreendente do liberal Thomas Kemmerich no último dia 5, graças aos votos da direita conservadora e da extrema direita, gerou manifestações em todo o país. Diante da pressão, ele chegou a anunciar sua renuncia, mas, dois dias depois, disse ter sido aconselhado a permanecer por mais um tempo para garantir que o governo “continue funcionando”.

Venezuela

O regime de Nicolás Maduro na Venezuela iniciou no sábado (15) uma série de exercícios militares que receberam o nome de “Escudo Bolivariano 2020”. Segundo o governo chavista, mais de 2,3 milhões de combatentes participam dos treinamentos em todo o país.

Em uma série de postagens nas redes sociais, Maduro afirmou que os exercícios são uma mensagem contra “o abuso obsessivo e criminoso” do governo dos Estados Unidos e o suposto apoio do Brasil a grupos terroristas que lutam conta o governo da Venezuela.

Neste sábado, o governo norte-americano repudiou a prisão em Caracas de um tio do autoproclamado presidente interino Juan Guaidó acusado de transportar explosivos em um voo de Portugal para a Venezuela — mesmo autoridades portuguesas negaram que isso tenha ocorrido.

Os exercícios militares ocorrem um dia depois de Maduro dizer que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, “está arrastando as forças militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano”. O Planalto não comentou a acusação.

Maduro se referia ao assalto de militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado Bolívar, na fronteira com o Brasil, em 22 de dezembro. Na ocasião, um agente morreu e fuzis e lançadores de foguetes foram roubados. Seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil.

“Dois milhões, 370 mil e 430 combatentes entre a força armada bolivariana e a milícia armada bolivariana estão no exercício Escudo Bolivariano 2020 para defender todo o território. Ameaças terroristas existem. No Brasil, existe. E Bolsonaro está por trás das ameaças terroristas e violentas contra a Venezuela. Bolsonaro está por trás. Que os militares brasileiros não se prestem para isso, mas Bolsonaro está arrastando as forças militares do Brasil a um conflito armado contra Venezuela ao dar refúgio a um grupo de terroristas que atacou um quartel venezuelano que estava em paz. O que pensam os militares do Brasil? Que é correto e legítimo atacar um quartel militar da Venezuela? Que fique para reflexão, não é? Sempre muito importante”.

Você confere ainda nesta edição

– Secretário de Defesa dos EUA afirma que gigante chinesa de tecnologia Huawei é uma ameaça à Otan;

– E ainda: a música mais tocada nas paradas da Bulgária.

Zivert é uma cantora russa, de Moscou, de 29 anos. Organizadora dos próprios shows à família desde a infância, Julia Dmitrievna Zivert, explodiu em 2017 com a música “Chuck”, que foi lançada no próprio canal da cantora no Youtube. Sobe som.

Músicas tocadas nesta edição

U2 – Sunday Bloody Sunday

U2 – Every Breaking Wave

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O “Sagres Internacional” vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-GO. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais. A apresentação é de Rubens Salomão com comentários do Professor Norberto Salomão.