A mobilização da OMS para realizar shows e arrecadar fundos no combate à Covid-19; a solidão papal no Vaticano, as medidas nos EUA para conter a pandemia e outros assuntos (Imagem: Montagem/Sagres Online)

No Sagres Internacional #64 você confere que a Organização Mundial da Saúde (OMS) organiza uma série de shows virtuais para arrecadar fundos para combater a Covid-19. Conheça algumas campanhas humanitárias já realizadas na história. Na Europa, a União Europeia ainda debate detalhes sobre plano de ajuda a países mais afetados por pandemia no bloco. Nos Estados Unidos, a cidade de Nova York, novo epicentro da pandemia no planeta, decide manter escolas fechadas pelo resto do ano letivo, em meio à expansão de casos de coronavírus; e o presidente Donald Trump diz que a decisão de reabrir economia, quando ocorrer, será a mais importante de sua vida. No Brasil, a embaixada da China diz que falas de autoridades brasileiras não vão afetar relação ‘madura’ com o país. Você confere ainda a música mais tocada na Austrália. 

Acompanhe os casos de coronavírus em todo o planeta, incluindo os recuperados

Shows ao vivo pela internet

A OMS anunciou, em parceria com a cantora Lady Gaga e a Instituição Global Citizen, a “One World: Together At Home” (“Um Mundo: Juntos em Casa”, em português), uma série de shows para arrecadar fundos no combate o novo coronavírus. Segundo a artista pop, os valores arrecadados irão beneficiar profissionais de saúde, que estão na linha de frente na luta contra a Covid-19, e instituições de caridade locais e regionais que fornecem comida, abrigo e assistência médica àqueles que precisam de ajuda.

Além de Lady Gaga, a programação musical inclui Paul McCartney, Elton John , Billie Eilish e Finneas, Lizzo, Stevie Wonder, John Legend, Chris Martin (vocalista do Coldplay), Eddie Vedder, Kacey Musgraves, J Balvin, Keith Urban, Alanis Morissette, Lang Lang e Andrea Bocelli, Billie Joe Armstrong (Vocalista do Green Day), Burna Boy e Maluma.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “a pandemia da Covid-19 continua afetando pesadamente famílias, comunidades e nações do mundo inteiro. Mas também está dando origem a atos incríveis de generosidade, solidariedade e cooperação”.

O evento será transmitido digitalmente no próximo sábado (18) em diversas plataformas incluindo YouTube, Facebook, Instagram e Twitter.

Durante a coletiva de imprensa, Lady Gaga informou que nos últimos 7 dias, a indústria do entretenimento levantou cerca de US$ 35 milhões para o fundo de solidariedade da OMS.

“Queremos destacar o tipo único de comunidade global que está surgindo agora e o inédito e histórico movimento cultural. E queremos celebrar e encorajar o poder de todos nesse desafio. Me emociona muito ver o trabalho daqueles que são médicos, enfermeiras e todos os que não dormes direito e se sacrificam para tratar os pacientes e se afastam para não infectar amigos e família. O que estão fazendo é se colocar em risco para ajudar o mundo e nós agradecemos a vocês”, disse a cantora.

União Europeia

O SI#64 abre aspas para a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. O País ainda tem restrições em relação ao plano econômico de 500 bilhões de euros da União Europeia, que deve ajudar os países mais afetados no bloco pela pandemia do novo coronavírus. Para a chanceler, os impactos afetam todos os membros de forma simétrica. Abre Aspas para Angela Merkel.

“A União Europeia está enfrentando maior desafio desde sua criação. Não há dúvidas de que temos um grande desafio na saúde para toda a população dos estados membros da EU de uma forma em que todos são afetados e há um choque simétrico, o que significa que todos são afetados igualmente. Por isso, deve ser um interesse de todos, é o interesse da Alemanha, que a Europa saia mais forte deste teste”, afirma.

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) concordaram na última quinta-feira (9) com um suporte financeiro equivalente a € 500 bilhões para direcionar às economias do bloco atingidas pelo coronavírus, após semanas de disputas que expuseram divisões dolorosas no bloco, que caminha para uma forte recessão. 

A Alemanha, potência da UE, assim como a França, colocam os pés no chão para acabar com a oposição da Holanda sobre a fixação de condições econômicas ao crédito de emergência para governos que enfrentam os impactos da pandemia e após garantias para a Itália de que o bloco mostraria solidariedade.

Mas o acordo não menciona a emissão conjunta de dívida para financiar a recuperação – algo que Itália, França e Espanha pedem fortemente, mas que é um sinal de alerta para a Alemanha, Holanda, Finlândia e Áustria.

O acordo apenas questiona os 27 líderes nacionais do bloco se “instrumentos financeiros inovadores” devem ser usados.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que a Europa tem concordado com o plano econômico mais importante de sua história.

Antes do plano, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, alertou que a própria existência da UE estaria ameaçada se não pudesse se unir para combater a pandemia.

Há semanas, países membros da UE têm lutado para apresentar uma frente unida diante da pandemia, discutindo sobre dinheiro, equipamentos médicos, restrições de fronteiras e comerciais, em meio a complexas discussões que mostraram divisões amargas.

Band Aid

Band Aid foi uma banda surgida da união de músicos britânicos e irlandeses , organizada em 1984 por Bob Geldof e Midge Ure com o intuito de arrecadar fundos em prol dos famintos da Etiópia ao lançar o compacto “Do They Know It’s Christmas?” na época do Natal. Produzido por Trevor Horn, o compacto logo figurou em primeiro lugar dentre os mais vendidos neste e nos dois lançamentos seguintes.

A fundação de caridade montada para arrecadar o dinheiro foi chamada de “Band Aid Trust”. Este projeto acabaria resultando no concerto Live Aid no ano seguinte, que se transformaria em um fenômeno mundial, arrecadando dez vezes mais do que o lucro alcançado com o compacto.

O grupo foi reformulado em quatro ocasiões, sempre apresentando os mais famosos artistas britânicos e irlandeses de canção pop de sua época.

Live Aid

Live Aid foi um festival de rock realizado em 13 de julho de 1985. O evento foi organizado por Bob Geldof e Midge Ure com o objetivo de arrecadar fundos a fim de acabar com a fome na Etiópia.

Os concertos foram realizados no Wembley Stadium em Londres (com uma platéia de aproximadamente 82 000 pessoas) e no John F. Kennedy Stadium na Filadélfia (aproximadamente 99.000 pessoas). Alguns artistas apresentaram-se também em Sydney, Moscou e no Japão.

Foi uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e de televisão de todos os tempos — estima-se que quase 2 bilhões de espectadores, em mais de 100 países tenham assistido a apresentação ao vivo. 

Usa For Africa – 1985

(United Support of Artists for Africa), é o nome sob o qual quarenta e cinco artistas norte-americanos, liderados por Michael Jackson, Lionel Richie, Harry Belafonte, e Kenny Rogers, gravaram o compacto “We Are The World” em 1985. A canção alcançou a primeira colocação na parada de sucessos dos Estados Unidos e do Reino Unido em abril daquele ano.

A maioria dos lucros da empreitada foi para a USA for Africa Foundation, que os usou para ajudar as vítimas da fome e doenças na África, especialmente para a Etiópia; alguns críticos da ação alegam, entretanto, que o dinheiro arrecadado foi entregue aos governos (muitos dos quais ditatoriais) dos países afetados pela fome em vez da população final.

O USA for Africa também realizou um evento beneficente, Hands Across America, no qual aproximadamente 7 milhões de pessoas seguraram as mãos em uma corrente humana durante 15 minutos, num caminho que se espalhava pelos Estados Unidos. Os participantes pagaram 10 dólares para ingressar na fila. O dinheiro arrecadado também serviu para aliviar a fome e a falta de moradias na África.

As receitas combinadas da vendas de “We Are the World” e do evento “Hands Across America” totalizaram cerca de US$ 100 milhões.

Estados Unidos

O presidente americano, Donald Trump, afirmou que a decisão sobre quando reabrir a economia dos Estados Unidos, fechada devido à pandemia do novo coronavírus, é a mais difícil que teve que tomar em sua vida.

“Terei que tomar uma decisão e só peço a Deus que seja a decisão certa. Mas diria, sem dúvida, que é a decisão mais importante que já tive que tomar”, disse Trump durante coletiva de imprensa na Casa Branca.

Trump, que tentará a reeleição em novembro, está ansioso por reabrir a economia dos Estados Unidos depois de semanas de duras medidas que fecharam empresas e reduziram drasticamente o transporte em todo o país para conter a propagação da Covid-19.

O sólido desempenho econômico do país era sua bandeira de campanha. Mas uma abertura prematura poria em risco vidas, se os contágios dispararem.

“Presidente, é óbvio que há muito interesse em como o senhor vai tomar essa decisão…” “É uma decisão muito grande. Eu não acho que eu tenha tido uma decisão mais importante que essa. Algumas pessoas dizem que isso é totalmente por minha conta e é. Eu não sei se tive que tomar uma decisão mais importante que essa, mas eu vou me cercar das melhores mentes em vários diferentes tipos de negócios e áreas, inclusive política e razão. Vamos tomar uma decisão e esperar que seja a decisão certa. Eu te falo o seguinte: quero abrir o mais rápido possível. Nós precisamos reabrir o país”. 

Ante o vencimento, no fim do mês, das diretrizes federais atuais sobre distanciamento social, cresce a expectativa de que Trump diga aos americanos que podem começar a retomar a atividade normal a partir de maio, pelo menos em algumas partes do país.

A decisão será baseada em parte em dados médicos, mas também é fortemente influenciada por considerações políticas e recomendações do setor empresarial, devastado pelo fechamento, com uma queda abrupta da receita e pedidos de seguro-desemprego em massa.

Trump diz que vai anunciar na terça-feira (14) os membros de um novo grupo de trabalho que deve preparar este processo.

Nova York 

O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, afirmou neste sábado (11) que as escolas públicas municipais permanecerão fechadas pelo resto do ano letivo, enquanto a cidade enfrenta o surto do novo coronavírus, segundo a agência de notícias Reuters.

O ano letivo nos EUA é diferente do Brasil: lá, ele termina entre maio e junho, quando começam as férias de verão. No Brasil, geralmente termina em dezembro. Este ano, o presidente Jair Bolsonaro suspendeu a obrigatoriedade de dias mínimos do ano letivo, mas manteve a carga horária mínima para aprendizagem.

De Blasio ordenou que as escolas públicas fechassem no início de 16 de março para conter a propagação da doença, com o objetivo inicial de reabrir em 20 de abril. Mas, segundo o prefeito, logo ficou claro que o objetivo da data era irrealista, pois a cidade se tornou o epicentro do coronavírus dos EUA.

“Ter que dizer que não podemos trazer nossas escolas de volta para o restante deste ano letivo é doloroso, mas também posso dizer que é a coisa certa a se fazer”, afirmou Bill de Blasio, em entrevista coletiva.

Nova York é o epicentro da doença nos EUA. O país já é o que tem maior número de casos e de óbitos no mundo.

Vaticano

O Papa Francisco celebrou neste domingo (12) a missa do Domingo de Páscoa, com a tradicional benção “Urbi et Orbi”, sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro. As orações de Angelus podem ser vistas ao vivo no site do Vaticano. 

No sábado (11), o Papa fez a cerimônia solene de vigília de Páscoa. A celebração também não teve a presença de fiéis tampouco batismos. As medidas são para evitar a disseminação do novo coronavírus. Na última sexta-feira (10), o Papa já havia celebrado a Paixão de Cristo com a Basílica de São Pedro vazia.

Desde a semana passada, o Papa Francisco realizou audiências gerais e o Angelus sem os fiéis para evitar a propagação do novo coronavírus. O pontífice também tem mantido a distância prudente recomendada de seus interlocutores.

A basílica e a Praça de São Pedro permanecem fechadas, seguindo as recomendações das autoridades italianas.

América Latina

O coronavírus causará na América Latina “um estrago brutal” e uma crise de “alta magnitude”, alertaram especialistas, que explicaram que a pandemia chegou na região em um momento de crescimento lento e a levará a uma recessão em 2020.

A epidemia e as restrições para detê-la, que prejudicam a economia, chegaram em um momento em que a região já experimentava um crescimento modesto. Em janeiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) calculou uma expansão de 0,1% em 2019 e projetou a de 2020 em 1,6%.

Brasil 

O ministro-conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui, afirmou em entrevista coletiva neste sábado (10) que a relação entre os dois países é “madura”, e que o momento é de cooperação entre eles.

“Continuamos a achar que os comentários feitos por essas figuras públicas de alto escalão são lamentáveis, irresponsáveis. Ainda não conseguimos entender por que fizeram esse tipo de declarações. Ou por ignorância, ou por outras intenções que nós aqui não sabemos o que são”, disse.

A declaração do ministro-conselheiro foi dada em uma semana de novos ataques à China, desta vez pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que usou rede social para insinuar que o país poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Depois, o ministro apagou o texto.

Em março, também em uma rede social, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, escreveu que a “culpa” pelo coronavírus era da China.

Questionado, o representante chinês disse que essas falas não devem impactar, por exemplo, a importação de equipamentos e insumos chineses de combate à Covid-19.

“As declarações não vão influir na nossa cooperação porque não cremos que representem a opinião majoritária do povo brasileiro, que é amigo da China, tem seus laços de amizade com a China”, declarou.

Embora tenha dito que nenhum país receberá prioridade do governo chinês, o ministro também ressaltou que, na negociação entre empresas, a China não pode garantir a adoção de critérios específicos.

Nem todas as negociações são mediadas pelos governos, e distribuidores de materiais médico-hospitalares podem comprar diretamente das empresas ou de intermediários.

“No caso da aquisição [de equipamentos], no fundo, é um negócio comercial. O que o governo chinês pode fazer é, primeiro, garantir que os fornecedores recomendados são fábricas capacitadas, cadastradas no nosso sistema. Em segundo lugar, que os produtos enviados não sejam revendidos ou desviados para lucro especulativo”, declarou.

“O governo [chinês] não tem como interferir nos contratos comerciais firmados diretamente entre um comprador em um fornecedor ou intermediário. Cada caso é um caso, não sabemos muito bem os termos [dos contratos]. O intermediário pode ser chinês, brasileiro ou de outro país, então não temos espaço para intervir em tais termos.”

Embaixada italiana

A Embaixada da Itália no Brasil publicou neste sábado (11) um comunicado em que pede para que cidadãos e residentes na Itália que estão no Brasil “por motivos de curto prazo” voltem para a Itália “o mais rápido possível”. O texto destaca ainda que as empresas aéreas Lufthansa e AirFrance ainda operam no percurso do Brasil para a Europa e que é possível voltar com esses voos. O comunicado destaca ainda que a oferta de voos domésticos no Brasil foi reduzida.

A embaixada informa que “atualmente não há voos especiais de repatriamento” e que os italianos devem comprar a passagem aérea diretamente com as empresas, e não entrar em contato com o consulado ou a embaixada para isso.

O comunicado diz que os italianos que regressarem ao país devem cumprir alguns procedimentos, como 1) comunicar imediatamente a chegada à autoridade de saúde; 2) ser submetido à vigilância sanitária; e 3) fazer um isolamento social obrigatório por um período de 14 dias em sua residência.

A música mais tocada na Austrália

Carlos St. John, mais conhecido por seu nome artístico Saint Jhn, é rapper, cantor, compositor e produtor musical guianense-americano.

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O Sagres Internacional vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-GO. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais. A apresentação é de Rubens Salomão, com análises do Professor Norberto Salomão.

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