O ex-deputado federal e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) Sandro Mabel é um dos alvos da Operação Tokens, deflagrada nesta terça-feira (15) pela Polícia Federal (PF).

A ação investiga estelionatários que usaram dados de servidores do Ibama, com o objetivo de fazer alterações indevidas nos sistemas do órgão ambiental federal, utilizando certificados digitais (tokens) obtidos de forma fraudulenta. Segundo a PF, o esquema teria causado um prejuízo de R$ 150 milhões em multas não recolhidas e descumprimento de embargos em áreas ambientais sensíveis da Amazônia legal.

Entre os beneficados com o esquema estão donos de propriedades rurais localizados no estados do Mato Grosso e do Pará. Segundo a PF, foram constatados 122 desembargos irregulares em nome 54 pessoas físicas ou jurídicas. De acordo com as investigações, as fazendas têm como sócios pessoas físicas e jurídicas de estados das regiões sul, centro-oeste e sudeste do país.

Segundo o jornal O Globo, as investigações apontam que uma das empresas responsáveis por administrar uma propriedade rural de Sandro Mabel teria sido beneficiada pelo esquema.

Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, em empresas e residências de pessoas que foram beneficiadas com as fraudes, além de 5 prisões de falsificadores e estelionatários membros da associação criminosa. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal e cumpridas em 29 cidades de 9 estados da Federação (Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal).

A operação tem por objetivo a coleta de mais provas e dados acerca das fraudes, inclusive identificação de intermediários entre os falsários e beneficiários, inclusive com auxílio de servidores públicos.

Segundo a PF, os fatos investigados podem configurar diversos crimes contra o meio ambiente (Arts. 38, 48, 60 e 68 da Lei 9605/98), bem como os crimes de estelionato e uso de documento falso (Art 171, §1º, 307, 399 e 330 do Código Penal), além da alteração de sistemas de dados (art. 313-A do Código Penal), descumprimento de ordens de embargos (330) e de possível prevaricação e corrupção (arts. 319 e 319 do CPB), que cominam aos infratores penas que variam de reclusão de dois a doze anos e multa.

Ao Sagres Online, a Fieg disse que não vai se manifestar sobre as investigações. A reportagem tentou mais de uma vez contato com Sandro Mabel na tarde desta terça-feira (15), mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto.