(Foto: Reprodução / Internet)

O presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, disse nesta quarta-feira (28) em entrevista à Sagres 730 acreditar que não será necessário executar o plano de racionamento de água em Goiânia e municípios de seu entorno. Para ele, as ações estruturais e de operação já tomadas pela empresa e a campanha educativa para o uso racional da água serão suficientes para ultrapassar o período mais seco na região, que será agora em setembro.

O Conselho Regulador da Agência Goiana de Regulação (AGR) e da Agência de Regulação de Goiânia (ARG) aprovaram também na terça-feira e sem ressalvas, o Plano de Racionamento do Abastecimento de Água de 2019, apresentado pela Saneago. O nível de vazão no Rio Meia Ponte chegou ao ponto mais crítico. A vazão média do rio entre terça-feira (20) e esta segunda-feira (26) registrou 2.789 litros por segundo (l/s). Na medição feita às 7 horas de hoje e informada na Sala de Situação da Saneago o nível chegou a 2.887 l/s. Isso significa que a situação chegou ao nível crítico 3, quando a vazão fica igual ou inferior 2.800 l/s.

O presidente da Saneago confirmou esses números, mas, ainda assim, acha que é possível administrar essa quantidade de água. A empresa tem autorização (outorga) para captar até 2,3 mil l/s na estação do Meio Ponte. Com a seca, reduziu para 1 mil l/s sua captação atual. Completa o abastecimento de 52% da população goianianense, além dos municípios de Aparecida de Goiânia, Goianira e Trindade, com 800 l/s da adutora que liga a Estação Mauro Borges, no lago do Ribeirão João Leite, com a estação do Meia Ponte.

A Saneago contratou uma empresa para fazer um levantamento e identificar novas bacias hidrográficas em um raio de 60 km de Goiânia. A empresa quer se antecipar à necessidade de complementar o abastecimento da capital e região no futuro, quando os sistemas do Meia Ponte e do Ribeirão João Leite já não forem mais suficientes para atender à demanda da região. Soavinski disse que a situação de abastecimento é crítica em pelo menos 50 municípios goianos. No entanto, afirma que a Saneago construiu poços artesianos e os ligou à rede de distribuição. É o caso da cidade de Goiás, que todo ano fica sem água nesta época do ano.

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Plano de racionamento

Por meio de nota a Saneago informou nesta terça-feira (27) que já tem executado desde o início de 2019 várias das ações previstas no plano de racionamento de água para garantir a regularidade no abastecimento durante o período de estiagem. Entre as medidas que a companhia diz já executar, está a entrada em operação da adutora de interligação entre os sistemas Mauro Borges e Meia Ponte. Essa integração já está em uso desde julho e complementa a produção do sistema Meia Ponte.

A empresa informa que suas ações visam o combate e redução de perdas de água na distribuição. De acordo com a Saneago, Goiânia é a segunda melhor capital do país em índice de perdas e Goiás, o estado com menor perda na distribuição. A companhia destaca que faz campanha educativa voltada para o Consumo Consciente de Água, divulgada em diversos veículos de comunicação, redes sociais, escolas e ações itinerantes. O material também está disponível no site www.saneago.com.br/dicas. 

Apenas na hipótese de serem adotadas medidas de rodízio, em função da redução de vazão de água bruta no Rio Meia Ponte, a planilha de alternância de bairros será amplamente divulgada, com antecedência de 48 horas, demonstrando as regiões a serem atingidas, contendo as informações quanto aos períodos e datas de paralisação e/ou intermitências do abastecimento de água.

Somente será necessária a implantação de rodízio no abastecimento se a vazão do Rio Meia Ponte atingir o nível de 1.500 l/s (nível crítico 4). A Nota Técnica nº 03/2019, divulgada em 16 de agosto, o Sistema Meia Ponte encontra-se em nível crítico 2, com vazão média abaixo de 3.300 litros por segundo. O Plano de Racionamento estabelece as medidas estruturais e operacionais adotadas pela companhia para minimizar os impactos da redução da vazão do Rio Meia Ponte durante o período de estiagem em Goiânia e região metropolitana. 

A secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) publicou uma nota pública para informar que vai intensificar as ações de fiscalização no território da bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte. O objetivo central, de acordo com o texto, é garantir os usos priorizados por lei, como o abastecimento humano e o feito por setores como a agropecuária e a indústria.

De acordo com a nota, a Semad pretende também propor uma reorganização na gestão do uso da água da bacia, de forma que classifica como “equilibrada e harmoniosa” e baseada no “diálogo” e na “divisão de responsabilidades” entre as partes da sociedade envolvidas. A pasta pede, ainda, que a população de Goiânia e da região metropolitana da capital intensifique os esforços e as ações práticas que possam cooperar com a redução no consumo de água para evitar o racionamento.