Para vocês verem como são as coisas: na semana passada o título do programa era “Saneamento básico: um sonho interminável?”. Tão interminável o é, que esta semana nós voltamos com o tema, mas desta vez para abordar outros aspectos do saneamento básico, que são a limpeza urbana, a gestão de resíduos sólidos e a drenagem pluvial.
Aqui em Goiânia, cada pessoa produz cerca de um quilo de lixo por dia, o que corresponde a cerca de 1500 toneladas de resíduos sólidos que são despejados no aterro sanitário da capital diariamente. Já pararam pra imaginar a montanha de lixo que isso vira?
Para falar sobre estes e outros assuntos eu trouxe novamente para o nosso programa o presidente da Agência de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos de Goiânia (ARG), Paulo César Pereira, mestre em Engenharia Civil pela UFG e ex-reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.
Paulo César explica que Goiânia ainda usa de um processo admitido na legislação brasileira que é o aterro sanitário. Um processo de compactação e impermeabilização do solo, a estrutura de queima de gases gerados pelo lixo e a disposição geral do lixo. No dia 18 de novembro de 2020, o Ministério Público de Goiás firmou um acordo com a Prefeitura de Goiânia para adequar o aterro sanitário municipal. À época, o ex-prefeito Iris Rezende reconheceu a necessidade de tomar estas medidas e transformar o local em um novo Centro de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos (CTDRS), colocando a capital alinhada com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Paulo César afirma que o processo está em andamento na atual gestão do prefeito Rogério Cruz, e que vai reduzir em 90% a quantidade de lixo amontoado. O prazo estimado é de 4 anos. “Esperamos por isso há, pelo menos, 50 anos”, comemora.
Goiânia possui 12 cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Infelizmente, 95% do lixo reciclável não é separado e vai para o caminhão compactador, sendo despejado no aterro sem nenhuma separação. Já passou da hora de cada um fazer a sua parte e separar seu lixo, não é verdade?
Uma saída importante para este problema é a chamada logística reversa. O comércio vende um produto, mas fica responsável por receber este mesmo produto quando já em desuso. Paulo César explica que, após a construção do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos, essa lei será cumprida.
Sobre a drenagem urbana, Paulo César considera que nosso conceito de levar toda a água para longe é uma insensatez. O ideal é que a água seja absorvida onde ela cai. Isso é o que mantém os rios, poços artesianos e demais fontes hídricas cada vez sob risco maior. É urgente que o Poder Público faça as obras de drenagem e que a população enxergue os espaços e possibilidades de infiltração e reaproveitamento dessa água das chuvas. Isso tem resultados práticos na hora da crise hídrica.
O tema é tão interessante, que poderia ser estendido por vários programas. Quem sabe…
Vale destacar que estamos alinhados com o ODS 6 – Água Potável e Saneamento.
Em tempo: Nosso quadro Faz Parte do Cenário tem buscado brasileiros ao redor do mundo para falar como está a situação da pandemia, e como o Brasil é visto nesse contexto. Esta semana, quem falou conosco foi o Jorge André Lima, brasileiro que vive em Bruxelas, Capital da Bélgica. Quer saber mais? Confere no link.
Programa Completo:
Temas Abordados
– Pra onde vai tanto lixo? https://youtu.be/XmsKhfEqenU
– Edital busca projetos para o novo Centro de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos (CTDRS) https://youtu.be/wJt732bb8LQ
– Separar o lixo é um ato de cidadania e de economia. https://youtu.be/UZ9Ha-BqZac
– O que falta para avançarmos na gestão de resíduos sólidos? https://youtu.be/Qr2AWkRxiYQ
– Faz Parte do Cenário – Bruxelas, Bélgica. https://youtu.be/3W2suCvxPa0