O Plano Estadual de Contingência para tratar casos da Varíola dos macacos contém orientações para que os profissionais da Saúde prestem assistência correta aos pacientes positivados ou com suspeita da doença. “Esse plano serve como um documento norteador das ações, tanto para os profissionais da Saúde quanto para os gestores de Saúde dos municípios. Os municípios também vão utilizar como base para fazer seu plano local ou para seguir”, informou a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorin.

Confira a reportagem na íntegra:

Conforme Flúvia, o plano traz componentes como vigilância epidemiológica, como e quando notificar, o que é e o que não é um caso confirmado, quais casos são suspeitos, quais são os exames necessários, como deve ser feita a coleta de amostra, a parte de assistência, fluxo de encaminhamento de pacientes, entre outros.

O plano é para o atual cenário, em que a doença não está tão grave em Goiás, e mudanças podem ser feitas ao longo da situação epidemiológica do Estado. “Nós já fizemos quatro capacitações para esses profissionais. Tivemos especialistas de fora de Goiás para falar sobre manejo clínico. Elas são gravadas e disponibilizadas no site da Secretaria de Estado da Saúde (SES)”, destacou Flúvia Amorin.

A superintendente destaca que as capacitações são fundamentais para o atendimento correto. “Para que eles consigam ter a conduta adequada com cada paciente e a gente não deixe nenhum caso sem notificar, porque é importantíssimo neste momento saber quais são os casos suspeitos ou confirmados para isolar ou monitorar”, reforçou.

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O Boletim nº 33, publicado pela SES neste fim de semana, informou que até o momento 143 casos foram confirmados em Goiás. Outros 294 estão sob investigação. Os pacientes confirmados possuem entre 9 e 64 anos. Destes, 97,9% são do sexo masculino.

Varíola no Brasil

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países que têm tendências preocupantes por ser o quinto país com mais casos da doença. Para a infectologista Marília Turchi, a Varíola dos macacos é uma doença conhecida de longa data, mas com casos esporádicos até o início de 2022, quando teve a explosão de confirmações.

“O que tem sido visto é que predomina um quadro inicial com um pouco de mal-estar, febre, desconforto e aparecimento de algumas ínguas. Até aí é muito semelhante à maioria dos quadros virais. Mas o que vai levantar suspeita é a presença de lesões na pele e na mucosa”, afirmou a infectologista.

O aumento dos casos exige diagnóstico mais rápido e preciso. As lesões citadas por Marília Turchi podem aparecer em qualquer lugar do corpo e em pequenas ou grandes quantidades. “Essas lesões de pele são dolorosas, podem deixar cicatrizes e ainda podem afetar órgãos e deixar sequelas”, declarou.

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A disseminação da Varíola dos macacos é feita por contato humano e superfícies contaminadas, e os animais não têm nenhuma relação com isso. “Os macacos não são os responsáveis pela transmissão. A doença recebeu esse nome porque o vírus foi identificado na década de 1950 em macacos contaminados na África, mas não são eles os responsáveis pela transmissão”, disse a infectologista.

Prevenção

Entre as medidas de prevenção estão a higienização das mãos, com água e sabão, reforço na limpeza de superfícies, uso de máscara facial e o isolamento social. Segundo Marília Turchi, o isolamento deve permanecer enquanto o paciente apresentar lesões na pele.

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