A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) espera que com o avanço da vacinação, a taxa de ocupação das UTIs do Estado possa cair. Segundo o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, em entrevista à Sagres, o foco é que a imunização com as duas doses da vacina impeça casos graves da doença, “de forma que não necessite de internação”.

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Conforme dados atualizados do Painel Covid do Estado de Goiás, a taxa de ocupação das UTIs está em 71,25% nesta quarta-feira (11), com pouca margem para crescimento. Ismael relatou, porém, que 214 mil pessoas não retornaram na data marcada para tomar o reforço da vacina contra Covid-19.

Essas pessoas certamente estão vulneráveis. Tem gente que está convicto que não vai tomar, ou então não se importa, acha que está imune e tudo mais. Só que nós não ficaremos parados esperando essa pessoa. Hoje mesmo eu conversarei com a presidente do Cosems (Consellho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás) e vou propor a discussão para que delimitemos um prazo para essas pessoas tomarem a vacina, de repente, um prazo de 10 dias”, detalhou.

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O objetivo, segundo o secretário, é repassar essas doses que hoje estão separadas para aplicação da D2, para D1 e fazer a imunização avançar no Estado. “É um número muito alto, expressivo. Imagina isso sendo convertido em primeiras doses, o quanto que a gente vai avançar em idade. Então, eu não acho que é uma medida punitiva, mas também não acho justo ficar esperando, considerando o tanto que a gente tem discutido, tem conscientizado, o tanto que a imprensa tem falado da necessidade da segunda dose e mesmo assim as pessoas insistirem em não tomar”.

Ainda sobre a vacinação, Ismael afirmou que se o calendário de entrega dos imunizantes for cumprido, como tem sido nos últimos dias, Goiás conseguirá vacinar, com a primeira dose, toda a população maior de 18 anos em setembro.

Férias e retorno das aulas

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, afirmou que o número de pedidos para internação em UTI tem registrado queda nos últimos nove dias e que isso, provavelmente, começará a refletir na taxa de ocupação a partir da terceira semana de agosto.

“E aí tem um fato novo, que é a questão das aulas, que a gente precisa observar. Nós não sabemos ainda o comportamento, se vai interferir aumentando ou diminuindo a taxa de ocupação. Acho que não deve aumentar por dois fatores: primeiro, as pessoas são mais jovens e elas tendem a internar menos e segundo é que apesar de ser um ambiente que tem gente, é mais controlado, com mais rigor, com as pessoas de máscara. Então, a terceira semana para gente será muito importante para análise”.

Segundo Ismael, o aumento recente no número de casos e mortes ocorre em função das férias, com a movimentação das pessoas, que utilizaram o período para viajar.

“Nós estávamos numa queda sustentada, tivemos uma alta gigantesca em março, que permaneceu muito alta em todo o mês de abril, maio também com o patamar lá em cima, mas começou a cair, só que uma queda lenta. Então quando veio as férias e o fluxo ficou desordenado, na primeira quinzena subiu novamente o número de casos e a taxa de ocupação [nas UTIs] passou de 90%, porque nós não tínhamos tanta margem”.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: