Com o fim do período de chuvas, começa a época de colocar em prática o planejamento para que a bacia do Rio Meia Ponte mantenha o abastecimento de água para os goianos durante a seca. Em entrevista à Sagres, o presidente do Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte, Fábio Camargo, contou que a vazão da bacia diminuiu de 12.400 L/s para 11.900 L/s em dois dias. “Se mantiver esse patamar por sete dias, nós já entramos no nível de atenção, que é aquele em que se inicia uma preocupação maior com a estiagem”, afirmou.

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Fábio explicou que no nível de atenção o Comitê começa a intensificar ações de fiscalização e verificação de uso dos usuários. “Ainda não tem ações diferentes como abertura de barragens, por exemplo. Hoje, diferente de 2017, que tivemos uma forte crise hídrica, nós temos várias medidas preparadas para serem tomadas caso necessário”, explicou.

O comitê publicou uma portaria em fevereiro com as ações planejadas para cada nível do Rio Meia Ponte. São seis níveis: atenção, alerta e críticos 1, 2, 3 e 4. “Nós começamos com ações mais efetivas a partir do nível crítico 1, quando está 5.500 L/s, onde se corta 25% da captação da água, depois corta 50% no nível crítico 2 e em seguida temos o plano de racionamento, se chegar ao nível crítico 4, que é de 2 mil L/s”, detalhou.

O presidente analisou que a situação atual da bacia é melhor do que no mesmo período do ano passado, mas pior do que em 2020. Segundo Fábio, não tem segredo para isso, no ano que mais choveu o nível se manteve melhor por mais tempo. “A gente não tem domínio do meio ambiente, o que temos que fazer e planejar […] E não existe fórmula mágica, que uma só ação vai resolver. Nós precisamos também trabalhar na poluição, pois existe muito lançamento clandestino de esgoto no Meia Ponte, precisamos trabalhar na recuperação de mata ciliar, das áreas de proteção ambiental, pois isso faz com que se produza água”, declarou.

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