* Com informações da repórter Bruna Moreira
Mais uma vez, os moradores da região norte de Goiânia sofrem com o mau cheiro que chega na época da seca. Como sempre, as principais suspeitas do incômodo recaem sobre a estação de tratamento e esgoto (ETE) e a Cargil. Devido as reclamações constantes dos moradores, fiscais da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) fiscalizaram as duas empresas.
Em entrevista à Rádio 730, o gerente de fiscalização da secretaria, Vitor Lenza, confirmou que após os levantamentos ficou constatado que desta vez, qual empresa é a responsável pelo forte odor. “A empresa que foi verificada a questão do odor foi a Cargil. Com relação a ETE, nós verificamos também, mas não foi constatado odoro fora da área da empresa,” conta.
O problema é antigo e os setores mais atingidos são o Goiânia 2, Residencial Humaitá, Chácaras Califórnia e São Judas Tadeu. De acordo com uma análise feita pelos fiscais da secretaria do meio ambiente, o mau cheiro, é resultado de um tratamento da empresa que apresenta uma coloração alterada na água e um forte odor.
O gerente de fiscalização aponta as irregularidades encontradas na empresa. “Foi constatado, que eles tinham instalado um tanque para o lançamento deste rejeito. Eles estavam foram do que é preconizado que é um afastamento mínimo de 200 metros do Rio Meia Ponte. Havia também a ampliação de uma lagoa sem a autorização da Secima. Foi constatado também uma infiltração de matéria orgânica no solo. Dentro desta lago foi encontrada cerca de 10 toneladas de pescado morto. O problema da oxigenação é que gerou o odor,” explica.
A empresa será atuada em R$ 100 mil pelos danos ambientais causados. A análise da água e de outras irregularidades podem gerar outras atuações. Vitor Lenza prevê que em breve o problema seja solucionado, já que o principal motivador do mau cheiro, que é o pescado morto, será removido do local.
Em nota, a Cargill informa que os indicadores ambientais da unidade estão sob controle, sendo monitorados regularmente por equipe técnica qualificada, sem ocorrências de odor em sua estação de tratamento de efluentes e nas dependências da unidade fabril. A empresa diz ainda que respeita e é comprometida com a comunidade onde atua e com o meio ambiente. A multinacional esclarece que desde março de 2011 já investiu mais de onze milhões de reais em projetos relacionados às questões ambientais, com o objetivo de eliminar qualquer impacto que a operação venha trazer a população e ao meio ambiente.