(Foto: Arquivo / Sagres)

A secretária de Economia, Cristiane Schmidt, reuniu-se nesta quinta-feira (28) com o setor empresarial na Federação das Indústrias de Goiás. Na pauta um assunto que tem preocupado muito o setor produtivo, a redução de incentivos fiscais. A secretária voltou a reforçar a dificuldade de caixa do Tesouro estadual. Disse que 97% dos recursos do Tesouro estadual estão comprometidos com o pagamento da folha dos servidores, com dívidas e com precatórios.

Por isso, a secretária indicou que pode mexer ainda mais no programa de incentivos fiscais para o Estado ter sobra de caixa e recursos para investimento em políticas públicas. Ela diz que pretende identificar gorduras nos incentivos para ampliar a base de arrecadação do estado. No ano passado, ainda durante a transição do governo, Caiado renegociou a reinstituição de incentivos e conseguiu reduzir em R$ 1 bilhão a renúncia fiscal

“Queremos sentar junto com o setor produtivo para ver como é possível contribuir nesse sentido. Identificar onde tem gordura nos incentivos para que possamos ampliar a base de arrecadação do Estado”, disse Cristiane. Os empresários discordam e fizeram uma contraposta. O presidente Sandro Mabel apresentou à secretária dados levantados pela área técnica da Fieg indicando que o Estado deixa de arrecadar quase R$ 1 bilhão ao ano devido à ausência de uma política de incentivo à industrialização dos grãos produzidos no Estado.

Segundo o presidente da Fieg, o Mato Grosso do Sul já trabalha com sucesso nesse sentido, ao estimular que 50% da produção local seja industrializada no Estado. “O modelo gera aumento na arrecadação de impostos e, principalmente, divisas de cerca de R$ 400 milhões pagos em salários nos novos empregos gerados. É bom para o Estado, para o comércio, para a indústria e, sobretudo, para a população”, afirmou Sandro Mabel.

Como se sabe a base principal do governador Ronaldo Caiado (DEM) é o setor do agronegócio. A criação dessa política industrial afeta diretamente essa base, pois para os agricultores é mais vantajoso vender a soja em grãos para exportação do que para o mercado interno.