O Secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP-GO), concedeu primeira entrevista coletiva após o caso do estudante Mateus Ferreira, de 33 anos, agredido na última sexta-feira (28) durante manifestações no centro de Goiânia contra as reformas do governo federal trabalhista e previdenciária.

Na tarde desta terça-feira (2), Ricardo Balestreri ressaltou que o momento é de tristeza e mencionou o caso da agressão ao estudante da UFG nas manifestações e também do adolescente Robertinho, morto a tiros dentro da própria casa por policiais militares no último dia 17 de abril, no Residencial Vale do Araguaia.

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Além de uma nova cultura dentro das forças policiais, Balestreri diz que os casos de violência ocorridos nas últimas semanas na capital não condizem com o que representa a PM no Estado, mas que defende o uso racional e proporcional da força por parte da polícia.

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A primeira medida proposta pelo secretário é que, em caso de violência, o uso da força deve ser feito por grupos especializados da PM, e não pelas equipes consideradas de guarnição, da qual faz parte o Capitão Augusto Sampaio, suspeito de golpear na cabeça com um cassetete o estudante Mateus Ferreira.

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A segunda medida é a apresentação de um código de ética da Polícia Militar e a implementação do que chamou de militarismo moderno das forças policiais. A terceira medida é o aumento de uso de armas não letais.

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A criação de núcleos de capacitação e difusão de novas culturas junto às corporações, com objetivo de formar entre 750 e 1 mil líderes nas forças policiais, representa a quarta medida. Balestreri condenou a ação do Capitão Sampaio e fechou dizendo que a última medida no momento é a criação de grupos especializados em mediação de conflitos em grandes manifestações.

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Ao final, Balestreri assinou uma portaria para a criação de uma Câmara Técnica, que vai estudar e estabelecer normas para as atividades de Inteligência da Polícia Militar. O secretário disse que vai aguardar o inquérito aberto contra o Capitão afastado da PM que desferiu o golpe contra o estudante. Mateus Ferreira segue internado no Hospital de Urgências de Goiânia, mas não corre risco de morte.