A vida moderna, a falta de tempo, o sedentarismo de donos e de bichinhos de estimação e até a superproteção são alguns dos fatores que podem explicar a obesidade de cães e gatos na atualidade. O problema que era preocupação apenas entre homens e mulheres, agora é também percebido entre os animais que vivem dentro de casas e apartamentos.

Segundo a médica veterinária Maria Elisa Rizzini, as características de obesidade podem variar de acordo com a raça. Em especial entre os cães, ela explica que raças menores são mais propensas a adquirir este tipo de problema de saúde. No entanto, junto a esses pequenos, Rizzini lista outros xodós caninos que já vêm ao mundo obesos.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/julho/30/mundopetmariaelisarizzini{/mp3}

“Tem raças que, por genética, já são obesas, como o Pug, o Buldogues Francês, o Inglês, o Cocker, Labrador. Aparecem cada vez mais raças com obesidade que são os Shih-Tzus, os Yorks, os cães pequenos de apartamento”, destaca a médica.

Estudos apontam que 30% dos cães sofrem com a obesidade. De acordo com Maria Elisa Rizzini, doenças que eram preocupação apenas entre os humanos estão cada vez mais frequentes entre os bichinhos.

“São os problemas cardíacos, de articulação, respiratórios, sem falar no problema grave que é o aumento do colesterol, que pode levar o animalzinho à morte. E tem a diabetes também, não podemos esquecer”, ressalta.

A médica veterinária argumenta ainda a questão da superalimentação. Dar um passeio na rua, no parque, fazer brincadeiras, são atitudes dos donos que podem ajudar a combater a obesidade canina. Porém, quando isso não acontece, os cães se entristecem e recorrem ao alimento, principalmente quando este está em local de fácil alcance.

“O cão fica muito triste quando fica trancado dentro do apartamento, sem ter contato com a natureza, com a vida. Então ele se retrai e o que ele faz? Não tem o que fazer, vai comer. O dono vê a vasilha vazia, enche de ração. Vê o cachorro triste, dá um snack (petisco), uma bolachinha. Então isso, é um círculo vicioso”, pontua.

A veterinária recomenda que, ao escolher a ração, é preciso checar as informações de valor calórico de quantidade de gramas por dia, dividindo essa porção em duas ou, no máximo, três refeições diárias, evitando assim ultrapassar a quantidade especificada pelo fabricante. No entanto, ela argumenta que o mais correto é procurar primeiro um veterinário antes de realizar a escolha do alimento.

Rizzini afirma que é de suma importância que o animal tenha pelo menos dois passeios de 20 minutos cada, por dia, estimular o bichinho por meio de brincadeiras como com bola, discos ou outro objeto com o qual ele esteja melhor familiarizado e que não traga riscos. Além disso, a médica relata que mudanças de hábitos alimentares ajudam no combate à obesidade.

“Evitar snacks, isso engorda muito, e trocar por um hábito melhor. Em vez do snack, dê um pedacinho de fruta, que também vai ajudar ele a não engordar. Mas também não pode ser demais, é preciso balancear”, pondera.

Confira a seguir algumas dicas para ajudar a combater a obesidade:

1. Convencer-se do estado de obesidade do seu cão e observar tudo o que o animal come durante o dia.
 
2. Reduzir 20 a 40 % o valor energético da sua ração (sem diminuir o volume, pois os nutricionistas demonstraram que o cão acostumado a um certo volume de alimentos, tende a mantê-lo, mesmo que a alimentação seja menos energética).
 
3. Fracionar a ração ao longo do dia (é melhor dar-lhe várias rações pequenas ao longo do dia)
 
4. Utilizar os alimentos preparados do comércio cuja garantia nutricional é conhecida, ou, melhor ainda, os alimentos dietéticos, vendidos pelos veterinários, especiais para vencer a obesidade. Uma ração especial para cães obesos é fundamental.
 
5. Dispensar as guloseimas, muitas vezes responsáveis pelas linhas deselegantes: o biscoito pela manhã, o pedacinho de queijo ao meio-dia, a pequena guloseima da noite diante da televisão.
 
6. Fazer com que beba tanta água quanto seja possível.
 
7. Impor-lhe um exercício físico regular.
 
8. Estabelecer um programa preciso de emagrecimento junto com o veterinário que o trata.
 
9. Comprovar regularmente os progressos obtidos com a ajuda de uma balança e apontar os resultados num diagrama.
 
10. Uma vez que se encontre em forma, manter um regime de conservação para evitar a recaída (este regime será inferior 10% ao que o cão comia antes de ficar obeso).

Fonte: Obesidade Canina/Tudo Sobre Cachorros