A reabertura do comércio e o relaxamento das medidas de isolamento, levaram o Brasil a enfrentar um novo pico de mortes e contágios pelo coronavírus. O sistema de saúde está pressionado e as vagas em hospitais começam a faltar. Parte dessa pressão se deve também ao aumento do número de acidentes de trânsito desde a reabertura do comércio.

Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior o médico especialista em trânsito, Alysson Coimbra que a pandemia evidência antigos problemas do sistema de saúde brasileiro.

“A questão do coronavírus, mostrou uma fragilidade do nosso sistema de saúde, principalmente das UTIs da sua baixa oferta de vagas tanto no sistema público como no sistema privado. E o trânsito entra historicamente como o maior cliente dessas UTIs. Mais de 60% de todos esses leitos, ao longo de mais de dez anos, já são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito”, explicou.

De acordo com Alysson Coimbra, essa uma “fatia de 40%” não é suficiente para atender a demandas de outras doenças que precisam de UTI para o tratamento. Para ele o isolamento social foi essencial para a redução da demanda por acidentes de trânsito.

“Nesse momento a redução da circulação foi muito bem vinda porque a redução de acidentes fez com que esses cliente que já eram conhecidos da UTIs não frequentassem elas mais. Então nós comemoramos essa redução no número de acidentados de trânsito”, frisou.

A imprudência e desobediência as leis de trânsito são as principais causas dos acidentes. Alysson alerta para que os motoristas redobrem os cuidados nessa fase de festas de fim de ano e férias, principalmente quanto a combinação de álcool e direção.

Alysson ainda ressaltou a necessidade de se leis mais duras para punir os infratores. “Um país não se sustenta sem alguns pilares, a educação, a saúde, as leis… E para o trânsito isso não é diferente, então cabe ao poder executivo e legislativo desenvolver leis que não sinalizem aos infratores que o governo quer flexibilizar, esse é o primeiro ponto, a sinalização de uma país que legisla com responsabilidade”.

“Hoje nós temos um número muito pequeno de pessoas que cometeram crimes de trânsito que ainda estão atrás das grades. Então um país que não pune ele passa também essa mensagem do não cumprimento das leis”, finalizou.

Confira a integra da entrevista com Alysson Coimbra