Assim como a estrela que representa o partido, os deputados petistas ficaram isolados na Câmara nesta terça-feira (9). Apenas eles defenderam a realização de um plebiscito sobre a reforma política ainda em 2013. A maioria dos líderes de outras legendas decidiu descartar a realização da consulta popular neste ano.

Apesar de entenderem que é difícil reverter a situação na Casa, os petistas devem recolher assinaturas para tentar viabilizar um projeto de decreto legislativo propondo a consulta popular. É preciso o apoio de 171 deputados para que a proposta comece a tramitar na Câmara. Além de superar o prazo curto, os petistas precisam encontrar um consenso sobre os questionamentos do plebiscito.

O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) afirmou que a realização de um questionário a população, até o dia 5 de outubro, é inviável. “Se aparecer uma proposta de plebiscito que recolha assinaturas, essa Casa poderá votar, não vai se furtar a votar, mas mesmo vindo o plebiscito só terá validade para 2016”, afirmou.

Representando a oposição, o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) sintetizou a polêmica. “É uma questão que está superada. A grande maioria reconhece que não tem como realizar”, disse.

Para o líder do PT, José Guimarães, o plebiscito ainda é possível e garante que trabalhará pela proposta. “O PT considera que dá, sim, para realizar o plebiscito em 2013. Nossa missão agora é recolher as assinaturas para conformar a ideia do decreto para a convocação do plebiscito. Esse negócio de tempo hábil quando se quer faz, quando se quer consegue”, disse.

A Câmara decidiu criar um grupo para discutir e elaborar a reforma política. Coordenada pelo deputado Cândidato Vaccarezza (PT-SP), a Casa terá 90 dias para debater as mudanças no sistema político nacional.

A tendência é que, caso a proposta seja aprovada na casa, o texto seja submetido ao crivo da população por meio de um referendo, que decidiria se as mudanças propostas seriam ou não legisladas.

O governo é contra essa opção. Dilma Rousseff e seus pares querem uma consulta popular antes de iniciar a elaboração do texto. Isto só seria possível por meio do plebiscito.