Paralisado por tempo indeterminado há quatro meses, no dia 17 de março, o Campeonato Goiano de 2020 ainda não tem uma definição, porém a intenção da Federação Goiana de Futebol (FGF) é retomar a competição. Inclusive, a entidade responsável pelo futebol em Goiás agendou reuniões com os clubes para discutir o retorno dos seus torneios.

Para o dia 4 de agosto, está previsto um encontro entre os participantes da Primeira Divisão. Uma das sugestões é finalizar a competição entre janeiro e fevereiro e emendar com a próxima temporada, em março. A Anapolina, que se encontra na última posição do torneio, com seis pontos em dez jogos, a quatro de distância do Goiânia, primeiro time fora da zona de rebaixamento, não deseja voltar a disputar o Goianão 2020.

Em entrevista ao repórter Rafael Bessa, da Sagres 730, o presidente da ‘Xata’, Nélio Carneiro, afirmou que o time “está em uma situação difícil no campeonato, mas não temos interesse nenhum em voltar. Não foi culpa nossa e temos o direito de não querer participar de duas partidas somente. O campeonato parou, não levamos nenhum W.O. para ser eliminado e, para nós, esse campeonato está encerrado. Não tem como”.

“A dificuldade dos clubes do interior é que todas as equipes foram desmanchadas. Para montar uma equipe hoje você gastará em torno de 250 mil reais e as despesas são enormes”, ressaltou. O dirigente citou ainda que um dificultador é a “a proteção contra a covid-19, porque tem que fazer exames quase que diariamente. É um controle muito rigoroso no protocolo que será proposto pelo governador”.

De acordo com o dirigente, “os clubes perderam as receitas e a Anapolina não tem praticamente nenhum patrocínio hoje. A prefeitura nos ajudava com a compra de ingressos: ela pegava os ingressos, trocava pelo carnê de IPTU e distribuía para os torcedores. Sem o público, não tem como a prefeitura nos repassar e, desse valor, fica mais ou menos 40% retido por dívidas trabalhistas e taxa da federação”.

Nélio Carneiro entende que “tem que começar a pensar no campeonato de 2021”. Na sua visão, uma alternativa “se tiver a segunda divisão, e acho ótimo que tenha, começa o campeonato do ano que vem com mais dois clubes”. De qualquer forma, mesmo o próximo ano está ameaçado, já que “para a Anapolina voltar tem que ser com torcida. Sem torcida, não temos a ajuda da prefeitura e todo mundo está rescindindo os contratos de patrocínio”.