A cidade sedia encontro da União Nacional de Estudantes e o fato é benéfico para todos. O evento da UNE acontece em meio a manifestações contrárias ao aumento na tarifa do transporte coletivo. É democrático opinar acerca do tema, ainda mais por se tratar de concessão pública num meio em que há, inclusive, uma estatal. Mas não é democrático partir para o apedrejamento. Alguns vândalos infiltrados no movimento queimam ônibus, depredam imóveis e agridem a Polícia Militar. O interesse dos estudantes é que o usuário pague um preço justo; o interesse dos baderneiros é gerar imagens de circulação nacional.

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Os desordeiros profissionais não agem em nome de quem anda de ônibus, até porque grande parte deles estaciona o carrão a poucas quadras do local da bagunça. As pessoas comuns presentes aos atos não se sentem representadas por quem avança contra policiais e propaga a distribuição de bombas caseiras, também chamadas de coquetéis molotovs. O usuário do transporte coletivo tem boa índole, é gente do bem, incapaz de atentar contra policiais ou contra o patrimônio alheio. O usuário considera alta a tarifa e ruim o transporte, mas é trabalhador, é estudante, tem o que fazer, não lhe sobra tempo para impedir a circulação de carros no já caótico trânsito de Goiânia.

A polícia se mostrou despreparada para lidar com manifestante, até porque não se espera de alunos uma guerra campal. O clima belicista não começou pela PM nem por estudantes, mas por vândalos profissionais, baderneiros escolados na malandragem, na politicalha, no uso de massas de manobra para tentar parecer aos líderes da UNE que eles têm alguma força em Goiás.

Sejam bem-vindos os milhares de participantes do encontro da UNE. Goiânia recebe a todos com suas belezas naturais, sua gente sábia e pacífica. Que os visitantes tenham de nossa cidade as melhores imagens, não de cordeirinhos que aceitam um transporte péssimo e caro, mas também não de bagunceiros a serviço deste ou daquele partido político.