Motoristas e empresários do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia chegaram a um novo acordo sobre o dissídio coletivo deste ano. Após mais de quatro horas de negociação tensa e com diversas discussões, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp) propôs aumentar o salário dos motoristas em 9%, mesmo percentual para a gratificação e manter o reajuste de 16% no valor do ticket alimentação.
Os números representam um reajuste global de 10,36%. O clima foi quente, muita discussão entre representantes do Sinditransporte, Sindicoletivo e Setransp, durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho.
No começo da audiência o vice-presidente do Setransp, Décio Caetano, em entrevista a Rádio 730 informou que não havia a disponibilidade de mudar a negociação. “A princípio nós não temos nenhuma proposta a ser porque o que a gente negociou é o que as empresas tinham condição de oferecer,” disse.
A proposta feita em audiência conciliatória na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em encontro presidido pela desembargadora e presidente da casa, Elza Silveira. Inicialmente, a proposta era de 9% em todos os quesitos, o que foi rejeitado pelos sindicatos, que pediam ao menos 20% no ticket alimentação. Após negociação com a diretoria das outras empresas, chegou-se aos 16% para o ticket.
O acordo que vinha sendo cumprido, embora tivesse sido rejeitado pela categoria em assembleia, mantinha 7% de aumento no salário e na gratificação, com valor total de 8,74%, somado o percentual do ticket alimentação. Além desses números, os trabalhadores também mantém o percentual de 3% de anuênio. Esta nova proposta só foi feita após longa discussão sobre a volta do serviço de manobra, que é o transporte dos motoristas pela madrugada.
Amanhã, toda a categoria deve se reunir em assembleia na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Goiás (Sindittransporte) para avaliar a nova proposta do Setransp. Caso a proposta seja rejeitada, haverá uma votação pelo indicativo de greve.
Também em entrevista a Rádio 730, no começo da audiência, o presidente do Sinditransporte, Alberto Magno, tinha expectativa de que um acordo fosse firmado. “A desembargadora está muito empenhada em achar uma solução para este problema. Nós estamos esperando que ela, juntamente com o Setransp, nós ajude com uma saída,” aguarda.
A assembleia será acompanhada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que fará também o recolhimento das assinaturas dos trabalhadores presentes. O que for decidido na assembleia será firmado em nova audiência no TRT, na próxima terça-feira.
Até mesmo a desembargadora e a procuradora Janilda Guimarães tiveram uma discussão acirrada. Elza queria que a representante do MPT falasse menos durante o encontro, deixando com que as partes entrassem em acordo. Janilda entendeu que seu direito ao pronunciamento estava sendo cerceado e chegou a se retirar do auditório depois que Elza não quis conversar com ela em particular. A procuradora voltou e teve seu pedido atendido. Neste ínterim, um trabalhador ligado ao Sindicoletivo e outro ao Sinditransporte discutiram e quase se agrediram fisicamente, mas foram segurados por seus colegas.