Corredor de acesso a uma das salas do Lumiére no Shopping Bougainville (Foto: Divulgação)

Fotos das salas 2 e 3 do Cine Lumière, no Shopping Bougainville, às quais o Sistema Sagres teve acesso, mostram andaimes montados, tapumes, lonas pretas sobre poltronas e obras paralisadas. Os trabalhos de reforma de quatro das cinco salas do shopping estão parados desde 15 de setembro e são motivo de litígio entre as administrações do cinema e do shopping.

Na quarta-feira (13), o juiz Willian Costa Mello, da 30ª Vara Civil de Goiânia, atendendo a pedido da direção do shopping, determinou a interdição do cinema. O centro de compras e a administração do Lumiére têm versões diferentes a respeito do não-andamento das obras.

Segundo o Lumière, as obras realizadas pelo shopping começaram em setembro pelo teto, quando foi colocado um sobrepeso na sala 5. Depois o shopping alegou que este peso forçou a estrutura sob esta sala o que teria abalado as estruturas das salas 4, 3, e 2. Foi quando decidiu estender as obras a estas salas. Ainda de acordo com a direção do cinema, andaimes foram instalados nas quatro salas e em seguida a obra parou e não mais foi retomada.
De acordo com o cinema, essas informações foram omitidas da ação judicial proposta pelo shopping. A administração informa que sofre “incalculáveis prejuízos” com a paralisação e que a intenção do Bougainville é forçar a rescisão do contrato de locação das salas, que somente terminará em 2027.

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Imagens: Divulgação

A direção do Bougainville se manifestou por meio de nota, onde afirma que desde fevereiro de 2018 notifica o Cinema Lumière sobre necessidade de reforma, alegando problemas de segurança. Diz que em julho o Corpo de Bombeiros esteve no local e registrou “inúmeras ilegalidades”. A nota afirma ainda que “mesmo após a elaboração dos referidos laudos técnicos orientando a necessidade de desocupação, o cinema resiste em não cumprir as suas obrigações indicadas pelo Corpo de Bombeiros, e mais, mantém o estabelecimento em funcionamento, mesmo diante da soma de todas essas circunstâncias”.

“Assim em 12 de setembro a administração do Shopping Bougainville entendeu que tais situações deveriam ser levadas ao conhecimento do Poder Judiciário para resguardar o interesse maior, qual seja, a vida e integridade física dos frequentadores, lojistas e colaboradores”, diz o texto.

A Justiça concedeu um prazo de 30 dias para a realização das adequações nas salas de cinema.