O subsecretário de Atração de Investimentos e Negócios da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás (SIC-GO), Adonídio Neto, afirmou Sagres 730 nesta quinta-feira (30), que o primeiro trimestre do ano houve uma queda de 12% na exportação de soja e que os números estão negativos devido à pandemia do novo coronavírus. “Tivemos dois meses de pouca movimentação econômica na China, foram os meses de janeiro e fevereiro, e por uma perspectiva de Goiás, a soja ainda está com números negativos em relação ao ano passado, isso no primeiro trimestre”, pontuou.

No mês de março, de acordo com Adonídio Neto, houve um movimento grande de recuperação, a queda de 12% era ainda maior em janeiro e fevereiro. A retomada seguiu pelo mês de abril e a expectativa da SIC é que a queda seja recuperada. “Essa retomada começou em março, um mês bastante significativo e continua no mês de abril. A expectativa da Secretaria é que a gente recupere esses 12% de queda, tanto em volume quanto em preço no mês de abril, mas isso não vai significar um desabastecimento no mercado interno”, ressaltou.

Adonídio Neto explicou que a exportação da soja em grãos foi a mais afetada, já que indústrias no mundo inteiro tiveram que paralisar suas atividades devido ao surto da covid-19. “O primeiro bimestre foi muito ruim em relação à exportação de soja, a soja em grãos principalmente, porque ela vai para indústria e que estavam fechadas. Já o farelo de soja vai para ração animal e isso não para no mundo inteiro”, afirmou. “A expectativa é que em abril a gente reverta esse número negativo, talvez fique positivo mostrando um reaquecimento da economia do mundo, principalmente da China que é o primeiro país a se recuperar”.

No Brasil, as exportações de soja superaram o recorde esperado e somam 13,22 milhões toneladas. No acumulado do ano, os embarques nacionais da soja já chegam a 31,4 milhões toneladas. No ano passado, nesse mesmo período, o volume embarcado do grão era de pouco mais de 24 milhões de toneladas. Com as exportações de soja aquecidas, há temor das indústrias de óleo de que vai faltar soja no mercado interno brasileiro no próximo semestre. Para o subsecretário de Atração de Investimentos e Negócios, o risco de desabastecimento não ocorre.

Nossa equipe técnica acha que o desabastecimento não ocorre, até porque o produto está aqui e o governo pode regular isso a qualquer momento, dentro do plano de segurança alimentar”, afirmou. “O que vai acontecer é uma alta do preço, uma alta significativa desses preços decorrentes, tanto do óleo de soja quanto do setores que utilizam a soja, ou farelo de soja, por exemplo. Nesse período que eu falei que a soja diminuiu 12% do volume de exportação em dólar, o complexo de carne subiu muito e isso é bom”.

De acordo com Adonídio Neto, o setor de Atração de Investimentos e Negócios da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, desde o ano passado, tem buscado novas empresas nos ramos para verticalizar a indústria e não exportar o produto primário. “Hoje a gente depende sim da exportação do produto primário da soja em grãos, porque temos uma safra excedente. Hoje 50% do que produzimos em soja, não conseguimos consumir no mercado goiano, por isso temos que exportar, isso é bom porque trás dólar para o Estado. Porém o cenário ideal, é que a gente possa verticalizar nossa indústria, trazendo outras”.