As atividades do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana devem ser paralisadas a partir das 0h desta terça-feira (11). O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da região Metropolitana de Goiânia (SET), Alessandro Moura, afirmou em entrevista à Sagres, que o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) faz um movimento político com a manifestação de greve e não representa os motoristas.
“Os nossos motoristas estão muito preocupados com a situação do transporte e muito compromissados em fazer a entrega para nossa população, garantir o mínimo de serviço para as pessoas. Então, nós vemos com alguma preocupação, vemos com decepção, mas sabemos que isso não é movimento dos motoristas”.
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O argumento para a paralisação é a data-base dos motoristas para correção salarial, além de pedidos para vacinação prioritária para os trabalhadores do transporte público. Porém, em relação à data-base, Alessandro explicou que a discussão ocorre no período incorreto e destaca que em janeiro deste ano houve um reajuste. “Eles querem uma nova correção para um novo período e infelizmente o sistema não tem condições de anuir com uma proposta, ainda mais de 15%, que é o pedido deles”.
O vice-presidente contou que três reuniões foram feitas recentemente, mas que a pauta do Sindicoletivo tem cerca de 30 pedidos e uma solicitação de aumento de 15%, o que abre uma “grande distância” entre os interesses. “Num momento de pandemia, de crise, não só no transporte, momento de crise em quase todas as atividades econômicas”.
Diante do momento, há, de fato, uma preocupação para todos os trabalhadores do transporte. Por isso, ações que podem ser prejudiciais para o sistema devem ser evitadas, segundo Alessandro, que afirmou ainda que há conversa com os motoristas e com o sindicoletivo, pedindo que as negociações a cerca da cláusula econômica sejam suspensas e retomadas a partir de julho. “Isso porque se espera que a partir do mês de julho, a situação mude”.
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Será realizada hoje (10) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), às 14h30, uma mediação para decidir sobre a greve. Alessandro explicou que são apenas três caminhos possíveis: Reconhecimento da greve, com a determinação da quantidade de veículos disponíveis; suspensão da paralisação; cancelamento da greve, que pode ser determinada tanto pelo TRT quanto pelos organizadores. “Na nossa opinião, o caminho ideal é a suspensão. Ou seja, através da conscientização, do momento que o sistema está vivendo, da intermediação do próprio tribunal, observaremos que uma greve agora só traz prejuízos”.