A Petrobrás reajustou o preço da gasolina 16 vezes só em 2021. Do total, foram cinco reduções e 11 aumentos, o que deixou o combustível 68,6% mais caro. O diesel, por sua vez, teve 12 reajustes, o que resultou em uma elevação do preço em 64,4%. Para 2022, a expectativa é de que haja estabilização e até redução dos preços de combustíveis, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Derivados do Petróleo (Sindiposto), Márcio Andrade.

“Essa é a nossa torcida e expectativa, que a gente possa ter um cenário mais favorável. Mas é difícil de fazer uma previsão porque dependemos do cenário internacional. Estamos suscetíveis ao dólar e o preço do barril de petróleo, que variam muito de acordo com o nervosismo do mercado”, declarou Márcio.

Presidente do Sindiposto, Márcio Andrade, em entrevista à Sagres

Os seguidos reajustes ocorridos em 2021 causaram uma série de problemas aos administradores de postos em Goiás. Conforme o presidente do Sindiposto, diante do aumento no preço, os empresários precisaram reduzir a margem de lucro e lidar com queda na procura. “Houve um afastamento do consumidor, que buscou reduzir o consumo e tentou racionalizar o uso do combustível”, afirmou.

Com isso, os proprietários de postos tiveram dificuldades para comprar combustíveis para revenda. Isso fez com que eles buscassem empréstimos, mas nada específico para a categoria.

“Créditos normais, bancários, sem nenhum tipo de incentivo. E os postos têm características de uma pequena empresa, mas faturamento de empresas médias e grandes, em função do giro. Isso dificulta o acesso a créditos com condição diferenciada oferecidos pelo governo”, detalhou.

Márcio ressaltou ainda que o resultado disso foi uma série de trocas no comando dos postos de combustíveis. “Não se vê muitos postos fechados, mas a gente vê isso acontecendo no mercado, uma pessoa que não deu conta ou desistiu do negócio porque não estava mais interessante e entra um novo empresário no lugar. Isso, realmente, aconteceu bastante”, concluiu o presidente do Sindiposto.

Confira a entrevista na íntegra:

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