Américo Poteiro é filho do artista Antônio Poteiro (Foto: Reprodução/SagresTV)

Tarcila da Veiga Jardim é executiva da DBO Engenharia, especializada em gestão e consultoria ambientais. Há 4 anos, a empresa destina parte do que iria para pagamento do Imposto Sobre Servicos (ISS) para incentivar artistas ou iniciativas culturais. Ela diz que já destinou verba para a publicação de livros, peças de teatro, shows musicais, quase sempre com temática ambiental. “A intenção é cumprir nosso compromisso social, com o desenvolvimento da comunidade e, é claro, a arte é fundamental para isso”, diz Tarcila.

Já no ateliê do artista plástico Américo Poteiro, nos encantamos com obras com mais de 5 metros de altura e outras pequenas. Todas ricas em detalhes. São mais de 400 peças em cerâmica e também belas pinturas. Américo é filho de Antônio Poteiro, um dos mais conhecidos artistas que Goiás já teve. Ele diz que verbas como essa, vindas do redirecionamento do que iria para pagar o ISS, são muito importantes, pois é difícil no Brasil um artista sobreviver apenas da venda de suas obras. “A venda de obras é muito relativa. Alguns artistas conseguem sobreviver, esses realmente são artistas, porque não é fácil. Então esses projetos de lei de incentivo vêm para ajudar a sobrevivência do artista em si”, afirma.

Em Goiânia, há muitos empresários que querem mas não sabem como e em que projetos artísticos investir o dinheiro que iria para o pagamento do tributo municipal. Por outro lado, também há diversos artistas que precisam do incentivo vindo desses empresários. Para fazer uma ponte, uma espécie de ligação entre empresários e artistas, há quase 5 anos foi criada uma plataforma digital, o site culturalizese.com.

Carol Adôrno, criadora do site, diz que apresenta os projetos às empresas, que podem escolher qual têm interesse em incentivar. Ela acredita que muitos empresários desconhecem que é possível destinar a projetos culturais até 50% do que seria pago de ISS em um ano. “Muitos também acreditam que o processo é complicado e burocrático, mas mostramos que é simples”, conta.

Outra ferramenta do culturalizese.com é mostrar aos empresários, por meio de vídeos e relatórios, de que forma o dinheiro que investiram é utilizado. Isso deixa a executiva da Veiga Jardim bastante satisfeita. Uma outra função do site é levar os internautas a conhecerem e a valorizar os artistas locais.

Américo Poteiro, que criou o instituto Antônio Poteiro, espera o incentivo de mais empresários. Para que ainda mais estudantes possam participar de oficinas culturais no instituto. “Com esse dinheiro, podemos trazer estudantes, a maioria carentes, e ajudar na formação cultural deles”, diz Américo.

Mas atenção: Só fica aberto até o próximo dia 20 de setembro o edital da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia para que artistas inscrevam seus projetos. Caso sejam aprovados, então, poderão receber incetivos de empresários que redirecionam para a cultura, o que iria pagar em ISS.

Confira a reportagem de Silas Santos

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