Após o jogo contra o Crac, o técnico Artur Neto pediu que a Federação Goiana de Futebol sorteasse árbitros de fora do estado para as semifinais e finais do Goianão. O treinador voltou a enfatizar o pedido explicando que quando a fase dos árbitros é ruim, alguma coisa precisa mudar:

“Quando as coisas não estão correndo bem, e elas não estão correndo bem, principalmente em relação ao Goiás, chega um momento que você não pode arriscar mais. E a gente vai entrar em uma fase decisiva agora, que é muito importante, até para a segurança do espetáculo, que se coloquem árbitros com mais experiência, com mais vivencia, árbitros acostumados com jogos decisivos. Se a coisa não está correndo bem aqui, qual o problema de você importar árbitros para você garantir o final do campeonato com sucesso para todo mundo?”, questionou Artur Neto.

O técnico, no entanto, fez questão de enfatizar que o apelo não será benéfico apenas para o Goiás: “O Goiás não quer vantagem para ele. Em nenhum momento a gente pensa isso. Agora, chega de desvantagem. A gente quer a igualdade dentro do jogo. A gente quer que a partida seja decidida pelos artistas, pelos jogadores. E o que vem acontecendo é que quando você termina um jogo e um árbitro ou um auxiliar – que foi o caso de domingo – chama mais atenção do que os jogadores, alguma coisa está errada. Então está na hora de a gente deixar que os grandes artistas, os jogadores que entram em campo, sejam realmente vistos e analisados com calma e façam o grande espetáculo que a torcida quer ver. E que vença o melhor. Que leve a taça aquele que tiver mais competência e que for mais brilhante nos jogos”, analisou o técnico.

Artur Neto acredita que essa freqüência de erros e reclamações da arbitragem se deve pelo fato dos árbitros mais experientes terem se aposentado no último ano: “Pelo que a gente tem conhecimento, posso até estar enganado, vários árbitros experientes pararam no ano passado, deixaram de apitar. Até o ano passado, tinha um quadro um pouco mais redondo. É lógico que o quadro de arbitragem tem que ser renovado, você tem que dar oportunidades para esses árbitros. E as oportunidades estão sendo dadas. Quando ela é totalmente aproveitada, ninguém vai falar nada. Mas quando ainda não existe aquela preparação suficiente, acontece aquilo que vem acontecendo”, lamentou o treinador.

O comandante alviverde explica que os resultados negativos não são apenas em relação a pontuação do time no campeonato, mas também, a violência excessiva que vem sendo cometida nos jogos:

“Nós entendemos que as coisas podem acontecer errado, principalmente no início, qualquer um que começa uma atividade tem todo direito de errar, eles são seres humanos. Mas, às vezes, você coloca em risco alguns jogadores. Às vezes, a gente vê jogadas de extrema violência que não são combatidas como deveriam ser e dão ao adversário condição de estar repetindo isso. E depois que você machuca um jogador desses, e ele fica cinco, seis meses fora, alguém tem que pagar a conta. E esse alguém é o clube. Então aquele diamante que está sendo lapidado, não consegue brilhar tanto por conta disso”, alegou Artur Neto.

Para o treinador, a melhor fase para que esses árbitros ganhem experiência é no final do Campeonato Goiano, quando começam as competições nacionais: “Eu acho que o ideal, inicialmente, é que esses árbitros tenham oportunidades principalmente agora. Vem uma segunda divisão, uma terceira, os campeonatos de base, faz uma filtragem boa. Pode ser que eles tenham que ter antecipado a entrada desses árbitros na divisão principal devido a parada dos outros que saíram de uma vez só. E aí não tem jeito. Eles tem culpa? Não”, elucidou o técnico.

Mesmo com as reclamações, Artur Neto explicou que torce bastante para que essa geração de árbitros seja bem sucedida: “Eu gostaria muito, torço até, que tenha uma safra nova ótima. Até porque, eles tem instrutores ótimos. A gente sabe que quem comanda a comissão de arbitragem foi um grande árbitro, o Antonio Pereira apitou vários jogos meus e bem. É ele o problema? Não, não é. Seu Ulisses também foi um grande árbitro do passado e também está lá dentro. São pessoas sérias, pessoas competentes e a gente torce para que melhore”, finalizou.