Viver em situação de vulnerabilidade não é uma opção. Há quem precise apenas de uma oportunidade para deixar essa condição e até mesmo ajudar outras pessoas a terem o mínimo de dignidade e qualidade de vida.
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É o caso do João Victor de Souza Rosa, 19. O jovem atuou neste sábado (10) com a venda de pastéis, tortas e doces no Circuito Arte Consciente, edição especial de Natal realizada pela Consciente Construtora e Incorporadora, no Setor Bueno, em Goiânia. Ele participa há sete anos de uma ação social promovida pelo Ministério Terra Fértil, parceiro da empresa.
“O ministério transforma a vida de muitas pessoas assim como transformou a minha. Já tive várias oportunidades de ajudar as crianças, esta aqui é mais uma e estou muito feliz. O que uma vez já foi feito por mim, hoje tenho a oportunidade de fazer por outras pessoas”, relata o jovem.
O Ministério Terra Fértil participa do Circuito Arte Consciente desde 2015. São mais de 2.300 crianças e adolescentes acolhidos pela ação em 22 unidades de atendimento na capital. A diretora financeira do ministério, Rúbia Barbosa, conta que a entidade oportuniza aos jovens a realização de cursos de capacitação.
“Temos parcerias como Senai e o Senac que estão presentes em nossas unidades, em que oferecemos cursos profissionalizantes para nossos adolescentes, o que já significa um pontapé para a vida profissional”, afirma.
Arte que inspira
Instituição que também integrou a edição deste sábado (10) do Circuito Arte Consciente é a Associação de Apoio às Vítimas de Câncer no Estado de Goiás (AAVCEG). São camisetas, guirlandas de natal, bonequinhas de pano, pulseiras, chaveiros, panos de prato confeccionados por pacientes da associação, além de personalizados como copos e squeezes.
“São produtos feitos pelos próprios pacientes e pelas famílias deles. São pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social e essa é uma oportunidade que eles têm de fazer algo que possam fazer em casa, vender e gerar renda”, explica Flávia Belchior, diretora da AAVCEG.
Atualmente, são 140 famílias atendidas pela associação, criada em 2005. Ao todo, 600 pessoas recebem apoio da AAVCEG. “Além das oficinas de artesanato, temos as de culinária e de costura. Tem gente que já saiu da situação de vulnerabilidade social”, conta Flávia Belchior.
O Núcleo de Proteção ao Queimado (NPQ) também participou do evento. Na banquinha, venda de canecas, pulseiras, aparadores, panos de prato e distribuição de cartilhas com orientações sobre como prevenir e evitar queimaduras. Parte dos produtos é confeccionada por pacientes e familiares de vítimas destes acidentes.
“Com a venda a gente consegue fazer com que esse cidadão tenha um retorno financeiro para, de alguma forma, ajudar na sua manutenção”, explica a coordenadora geral do NPQ, Rosa Serafim.
A Josina da Silva trabalha na confecção de panos de prato para comercialização nos eventos que têm a participação do NPQ. “Nosso trabalho visa valorizar mais o voluntariado. É muito bom podermos ajudar outras pessoas que precisam”, argumenta.
“É um incentivo para dignificar essas pessoas, porque sofreram um trauma, acabam sendo excluídas ou vistas como mais vulneráveis. É uma forma de chamar a atenção, de mostrar produtividade”, afirma Celine Maia, que confecciona canecas personalizadas para o núcleo.
Responsabilidade socioambiental
Além da feirinha de artesanato e gastronomia, a edição de Natal do Circuito Arte Consciente contou também com distribuição de mudas de plantas e participação do projeto Cestampas, que forneceu lixeiras de coleta seletiva e um ponto de coleta de plásticos como tampas de garrafas pet.
O evento contou com apresentações teatrais e de musicais natalinos pelo Coro Sinfônico, chegada do papai noel, oficinas infantis, passeio de trenzinho e brinquedos.
“O que é mais importante é o aspecto social, filantrópico e socioambiental que a gente mostra para as crianças de uma maneira bem lúdica e natural”, afirma o proprietário da Consciente, Ilézio Inácio Ferreira.
Esta foi a 17ª edição do Circuito Arte Consciente, realizado em Goiânia desde 2014.
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