O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello decidiu nesta terça-feira (5) enviar à Câmara dos Deputados um pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).

A decisão deverá ser analisada por uma comissão especial a ser formada na própria Câmara, presidida pelo deputado Eduardo Cunha, co-partidário de Temer. Mello atendeu ao pedido do advogado Mariel Márley Marra, de Minas Gerais, para dar continuidade a uma denúncia apresentada por Marra contra Temer no último mês de dezembro. Na época, Cunha arquivou o processo por entender que o vice de Dilma Dousseff (PT) não cometeu crime de responsabilidade.

Na segunda-feira (4), a Câmara enviou ao Supremo uma declaração afirmando que a Corte não poderia dar início a um processo de deposição presidencial, em substituição a Cunha. Na última sexta (1), o STF teria se equivocado ao divulgar um pedido “em elaboração” por Mello que determinava à Câmara acolher a denúncia contra Temer.

Aliados de Dilma comemoraram a decisão de manter a investigação a Temer, fato que enfraquece a defesa pelo afastamento da petista do governo. A denúncia contra o vice da República pode dar brechas para que as siglas voltem se comunicare abrir um canal de negociação entre as siglas. A Câmara ainda pode recorrer da decisão e pedir que a mesma seja reavaliada.