O carnaval será agitado para a garotada em Goiânia. Se engana quem pensa em uma matinê ou um bailinho tocando marchinhas. Vem aí a Tacinha, promovida pela CUFA Goiás, com muito futebol para meninos e meninas entre 10 e 15 anos. A competição acontece entre os dias 17 e 22 de fevereiro e já é considerada como a maior do Brasil na categoria infanto-juvenil disputada entre comunidades.

São três divisões de idade na Tacinha: sub-11, sub-13 e sub-15. Os times são mistos – com meninos e meninas – de todas as partes de Goiás, inclusive com duas equipes de comunidades quilombolas do interior do Estado.

“Uma está a 600 quilômetros de Goiânia, em Teresina de Goiás. A outra é de Cromínia. Também temos equipes do entorno do DF, como Valparaíso e Águas Lindas. São 92 equipes no total, 28 fora da região metropolitana Goiânia”, detalha Breno Cardoso, presidente da CUFA Goiás, que destacou o papel inclusivo da competição, indo ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – ODS 10 e 17.

“O Objetivo é que a gente possa promover experiência para os menores e com um detalhe: nesta competição não excluímos ninguém. Não é porque o garoto ou garota não é de comunidade, que não pode jogar. As inscrições só podem ser feitas por bairros de periferias, com a obrigatoriedade que pelo menos cinco atletas sejam do próprio bairro, mas outros também podem ser inscritos”.

Meninos e meninas

Uma das novidades nesta primeira edição da Tacinha, é que os times podem ter meninos e meninas. Embora não exista a obrigação de todas as equipes serem mistas, mais da metade conta com meninas.

“Lógico que os meninos são mais de 80%, nem todos os times têm meninas, mas pelo menos a metade conta com as meninas, que inclusive podem jogar com idade acima. No sub-11, podem jogar com 12 anos; no sub-13, com 14 anos; enquanto que no sub-15, com 16 anos também podem jogar”, explica Breno, que considerou alguns aspectos para a baixa adesão das meninas na Tacinha.

“Nesta categoria, não temos competições femininas. Infelizmente a cultura brasileira com relação ao futebol feminino ainda precisa avançar. Nunca é a primeira opção do pai em colocar a menina no futebol logo aos 10 anos, já que no imaginário do brasileiro, o futebol ainda é masculino. Quando estamos nas categorias menores ,quando as meninas são totalmente dependentes dos pais, o número é muito baixo, então com a ideia dos times mistos, tentamos incentivar as meninas”, destaca o presidente da CUFA, que ponderou que na última edição da Taça das Favelas, as inscrições femininas foram em bom número.

“Tanto é que na Taça da Favelas, que é sub-18, tivemos 23 times inscritos na última edição, porque são independentes e elas mesmas procuram pela inscrição”.

Tabela

A tabela completa da competição será divulgada ainda nesta terça-feira (14) pela organização do evento. Serão 48 jogos por dia, entre 8:00 e 18:00, durante os seis dias de competição na Arena Tacinha, construída no complexo esportivo João Rosa, que fica no Parque das Amendoeiras, em Goiânia. Ao todo são seis campos societys de grama natural. Breno Cardoso também explicou a escolha do carnaval para a realização do torneio.

“Temos o nosso calendário com vários projetos durante o ano, então escolhemos essa data pra não chocar. Ainda tem as aulas, como agora é feriado, fica mais fácil a participação dos jovens”, finaliza Breno Cardoso.

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